O cachê do grupo que apresentou a dança custou R$ 2 mil
O evento “Em Prosa - 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil”, organizado pelo Ministério da Saúde nos dias 04 a 06 de outubro de 2023, em Brasília, custou R$ 973.173,14 aos cofres públicos. É o que apontam os documentos obtidos pelo jornal Estadão.
Realizado para compartilhar ideias e experiências, ampliar diálogo, estimular a gestão participativa e construir a agenda de territorialização da promoção da saúde no país, o evento acabou chamando a atenção por outro motivo: a apresentação de uma dança erótica ao som de uma versão de “Batcu”, música de Aretuza Lovi, com participação de Valesca Popozuda.
Conforme os documentos obtidos pelo Estadão, quase R$ 1 milhão foram pagos à empresa GUC Agência de Eventos, sediada no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro.
O valor era destinado ao pagamento de hospedagem e alimentação (café da manhã, almoço e janta) para os participantes, além do aluguel de cadeiras, mesas de som, iluminação e da contratação de brigadistas, garçons, auxiliares, recepcionistas e das próprias companhias de dança.
O grupo que fez a polêmica apresentação recebeu R$ 2 mil de cachê, de acordo com informações repassadas pelo Ministério da Saúde, ao portal Metrópoles.
A apresentação foi bastante criticada por políticos da oposição.
Após a repercussão, o Ministério da Saúde lamentou o que chamou de “episódio isolado” e afirmou que a apresentação "não reflete a política" da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério, que organizava o evento, “e nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizados no encontro”.
Nísia Trindade, ministra da Saúde, também anunciou a demissão do diretor de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Roosewelt Chagas Lemos, que teria assumido a autoria dos fatos.