Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) Milton Neris de Santana
Exame psicológico foi remetido à 1ª Delegacia Especializada de Repressão às Infrações de Menor Potencial Ofensivo, que investiga o caso
Fonte: Jornal do Tocantins
O exame pericial realizado em uma servidora pública sugere que ela sofreu violência psicológica. Ela tem 41 anos e acusa o secretário executivo da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) Milton Neris de Santana, de 49 anos. O resultado tem data de 30 de setembro, duas semanas após a data que a servidora disse ter sofri o assédio e foi encaminhado para a 1ª Delegacia Especializada de Repressão às Infrações de Menor Potencial Ofensivo, que investiga o caso.
Neste ano, servidoras públicas denunciaram o secretário por assédio moral e sexual. Os casos foram levados anonimamente à Ouvidora Geral do Estado, em março, por uma servidora concursada, que passou a tomar remédios para controlar a ansiedade.
Em outra situação, a servidora de 41 anos registrou o boletim de ocorrência na Polícia Civil no mês passado e imputou assédio moral a Milton Néris, que, em nota, negou as acusações.
O resultado do exame pericial realizado nesta última servidora relata os sinais de violência psicológica na vítima. "[...] demonstrou, por meio da fala e de gestos, sentimento de ansiedade que sinalizam ocorrência de sofrimento psíquico; apresentou sentimentos negativos em relação ao suposto autor dos fatos relatados", conclui o laudo. Assinado no sábado, 30, pela psicóloga Ariadene Marilia de Souza.
O laudo também concluiu não ter identificado elementos que indicasse que a vítima tivesse expressado "de forma fantasiosa ou coagida os supostos fatos sobre si e sobre as situações". A conclusão é de que "os elementos apresentados no momento da avaliação psicológica sugerem violência psicológica".
O exame é resultado de uma entrevista psicológica e análise dos antecedentes psicossociais, familiares e pessoais da vítima.
Secretário reúne mulheres da pasta
Conforme apurado pela reportagem, nesta segunda-feira, 2, o secretário Carlos Humberto reuniu as mulheres servidoras da pasta, pouco antes do meio-dia. Na rápida reunião na sala de reuniões da pasta, ele falou sobre como o governo está tratando a denúncia e disse não ser conivente com a postura.
Procurado, o secretário Milton Néris manteve o mesmo posicionamento enviado anteriormente. Confira, na íntegra, no final da matéria.
A equipe de jornalismo também procurou o governo e a secretaria da Mulher para se manifestarem. Caso tenha retorno, a matéria será atualizada.
Nota
Sobre o Boletim de Ocorrência (BO) registrado pela servidora em questão, às vezes em que tive contatos com ela foram restritos a trabalho e na presença de outras pessoas. Em alguns desses encontros, na condição de gestor, enquanto secretário executivo da pasta em que atuamos, diante de testemunhas, sem assediá-la moralmente, questionei encaminhamentos dados por ela em questões que envolviam pareceres jurídicos. Ao meu ver, isso teria gerado seu descontentamento a ponto de interpretar como assédio moral.
Como homem idôneo e que tem uma carreira pública sólida, sempre prezei pela igualdade e pelo respeito às pessoas e não faz parte da minha conduta denegrir ou assediar ninguém. Sobre supostos assédios sexuais contra outras servidoras, nego que tenham ocorridos. Sou casado, tenho filhos e filha e princípios que zelo e transmito a eles com orgulho. O respeito às mulheres é um deles.
Me causa estranheza que essas supostas vítimas tenham preferido registrar denúncias e no anonimato apenas no âmbito de uma Ouvidoria. Considero assédio sexual um crime terrível, que também deve ser tratado e punido no âmbito das autoridades policiais competentes. Estou com minha consciência limpa de que não pratiquei qualquer tipo de assédio e estou à disposição para mais esclarecimentos para que os fatos sejam devidamente apurados.