Barroso determinou que seja bloqueada a conta do investigado por suposto desvio de recursos na Codevasf
A situação dele no governo fica complicada
A Operação Benesse, conduzida pela Polícia Federal para investigar desvio de recursos federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), trouxe novamente o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, para o centro das atenções, causando mais um problema para o governo no Palácio do Planalto.
Devido a indícios de desvio de verbas de emendas parlamentares, o ministro teve seus bens bloqueados por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o magistrado recusou o pedido da Polícia Federal para realizar buscas em endereços ligados ao membro do governo.
A investigação teve início em 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro, e está focada em obras realizadas pela construtora Construservice, que foram supostamente financiadas por emendas parlamentares, incluindo aquelas do então deputado federal Juscelino Filho, do partido União Brasil. Na época, ele era parte da base de apoio do agora ex-presidente.
A Polícia Federal informou em comunicado que essa fase da investigação atinge o núcleo público da organização criminosa após rastrear a alocação e desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica em um município no Maranhão.
Caso as suspeitas se confirmem, os envolvidos podem ser acusados de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva.
O município maranhense mencionado na investigação é Vitorino Freire, cuja prefeita, Luanna Rezende, é irmã de Juscelino. Ela foi alvo de 12 mandados de busca e apreensão e afastada de seu cargo por decisão de Barroso, devido à suspeita de que R$ 5 milhões em emendas parlamentares repassadas à Codevasf tenham sido utilizados para pavimentar uma estrada que passa pela fazenda da família.
Barroso não autorizou buscas contra Juscelino, pois não havia evidências concretas de sua participação direta no suposto esquema. No entanto, decidiu bloquear seus bens para possível ressarcimento ao Erário.
Apesar dos indícios ainda frágeis contra Juscelino, a PF espera que as buscas realizadas contra sua irmã possam fornecer novas evidências sobre seu envolvimento no suposto esquema. Barroso enfatizou a importância de continuar as investigações.
A defesa do ministro declarou que “Juscelino Filho não foi alvo de buscas, e o inquérito servirá justamente para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer irregularidade”. Eles enfatizaram que emendas parlamentares são instrumentos legítimos e democráticos do Congresso Nacional, e Juscelino Filho está disposto a prestar esclarecimentos às autoridades.
Juscelino Filho pode ser considerado uma figura problemática no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que, desde o início de seu mandato, tem sido alvo de várias suspeitas, tendo sido indicado para o ministério pelo partido União Brasil, com a articulação do senador Davi Alcolumbre (AP).