O líder popular e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Tocantins (MST) Raimundo Nonato Oliveira, conhecido como Cacheado, de 46 anos, foi morto a tiros enquanto dormia em sua casa em Araguatins, no Bico do Papagaio, na madrugada desta terça-feira (13).
Conforme o MST, o pai de Raimundo Nonato havia sido assassinado por pistoleiros durante sua infância, o que o motivou a se envolver na luta popular pelo direito à terra.
Cacheado era alvo na região do Bico do Papagaio e havia sofrido tentativas de assassinato no período de 2000 a 2015, ainda segundo o MST.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra afirmou, em nota, que Cacheado foi um militante valoroso, contribuindo em toda sua vida para a organização das famílias Sem Terra. “Sua luta será lembrada e sua história alimentará a luta do MST por reforma agrária!”, disse.
O MST ainda exigiu justiça. “Que seus assassinos e mandantes sejam identificados, detidos e julgados para evitar mais assassinatos no campo! Lutar não é crime! Basta de violência no campo! Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de lutas!”, finalizou.
DPE-TO
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) afirmou que a morte de Cacheado representa uma grande perda para os movimentos sociais do Tocantins.
“Do mesmo modo, a Defensoria Pública perde um importante parceiro popular na luta pela defesa dos direitos de todos e todas, especialmente, em suas atuações coletivas em defesa de trabalhadores e trabalhadoras rurais e de comunidades que vivem em assentamentos”, pontuou.
CIMI
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) cobrou justiça pelo assassinato do líder camponês. Também afirmou que as famílias que lutam pela terra só querem um lugar digno para morar e viver com suas famílias.
“Exigimos que esta vida ceifada de nosso companheiro Raimundo Nonato não fique impune. Exigimos justiça. Que a força e profecia do padre Josimo, que defendeu e morreu pelos povos da terra, anime e fortaleça a luta pelos territórios e pela vida!”, frisou.
OAB/TO
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Tocantins (OAB/TO) se solidarizou com familiares e amigos, e pediu o máximo de celeridade na investigação da morte de Cacheado.
“A OAB espera que seus assassinos e mandantes sejam identificados, detidos e julgados, como resposta do Estado a fim de dirimir os conflitos agrários que resultaram na morte de vários trabalhadores e na violação dos direitos humanos no Tocantins, sobretudo na região norte do estado”, disse Cristian Ribas, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/TO.