Os procedimentos visam canonizar e reconhecer o religioso cearense como santo
Começou, na noite de ontem (30), o processo de beatificação do Padre Cícero Romão. Uma missa foi celebrada na Basílica de Juazeiro do Norte, na Região Metropolitana do Cariri (CE), marcando o início dos procedimentos que visam canonizar e reconhecer o religioso cearense como santo.
A missa foi presidida pelo bispo da Diocese de Crato, dom Magnus Henrique Lopes, e contou com a presença de autoridades, como a governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido), o prefeito de Juazeiro, Glêdson Bezerra (Podemos), e deputados e vereadores vinculados à região.
Para o bispo da Diocese de Crato, o Padre Cícero foi "refúgio de compaixão para pobres e oprimidos", um "bom pastor para essa parcela de pessoas vítimas de injustiças sociais". "Ele serviu de voz para quem não tinha voz nem vez", completou o pároco.
O reconhecimento como “beato” ocorre quando há um milagre atribuído ao candidato ou quando ele morreu na condição de mártir. No processo de beatificação de Padre Cícero, será necessário provar um milagre pela graça dele para que seja beatificado. Só depois disso, com a comprovação de um segundo milagre, é que ele poderá ser canonizado.
Após a canonização, somente quando chega à condição de santo, tendo seus milagres na área da cura comprovados por médicos especialistas de fora da Igreja Católica, é que a imagem do religioso pode ser venerada em todas as igrejas do mundo.
Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, no Crato, interior do Ceará. Filho de comerciante e de uma dona de casa muito religiosa, ele fez voto de castidade aos 12 anos por influência de São Francisco de Assis.
Em 1865, foi para a capital cearense, Fortaleza, tornando-se um dos 60 alunos da segunda turma do Seminário da Prainha. Cinco anos depois, foi ordenado padre, em 30 de novembro de 1870, na antiga Catedral de Fortaleza.
Um dos milagres atribuídos ao Padre Cícero ocorreu no dia 1º de março de 1889. Segundo os registros, ao dar a comunhão da beata Maria de Araújo, a hóstia teria se transformado em sangue, o que popularizou a fama de santo do religioso.
De "O Liberal"