Os fiéis do trono, até a queda! Deputados trocam de lado conforme o poder muda de mãos
Fonte: AF Noticias (Coluna Direto ao Ponto)
No coração da política tocantinense, a lealdade de muitos deputados, vereadores e senadores não é com o povo, mas com o poder. O grande apoio parlamentar que o Palácio Araguaia ostenta na Assembleia Legislativa do Tocantins não está necessariamente atrelado à figura pessoal do governador Wanderlei Barbosa, mas ao poder que a caneta do cargo confere a qualquer pessoa que a tenha. Quando esse poder muda de mãos, os deputados mudam junto, como se a ética e os princípios fossem meras peças descartáveis no jogo político.
Um exemplo: não são os deputados que decidem efetivamente a eleição da Mesa Diretora da Assembleia — eles apenas correm atrás do que já está decidido pelas instâncias superiores da política. Quase sempre, a chapa 'eleita' pelo Palácio é apenas referendada pelos parlamentares. O que move boa parte desses políticos não é o compromisso com o futuro do estado, mas a sede por cargos e influência. Eles não estão com a liderança; estão com o trono!
Durante o governo de Mauro Carlesse, que assumiu interinamente em 2018 e foi reeleito no mesmo ano, a Assembleia Legislativa mostrou-se amplamente submissa. Antes de seu afastamento em outubro de 2021, Carlesse contava com o apoio dos 24 deputados estaduais — uma base sólida, mas que se mostrou muito frágil diante de qualquer abalo no comando. E o abalo veio!
Em outubro de 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento de Carlesse por suspeitas de obstrução de investigações sobre corrupção no Plansaúde, o plano de saúde dos servidores. Em questão de dias, o cenário político virou. A lealdade até então proclamada evaporou.
Quando Wanderlei Barbosa assumiu o governo, a maioria dos parlamentares que antes erguiam bandeiras em nome de Carlesse passaram a marchar ao lado do novo chefe do Executivo. Nesta semana, o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres, reuniu-se com 20 deputados estaduais. Ainda que os detalhes do encontro não tenham sido amplamente divulgados, o gesto é claro: reforçar alianças conforme a maré do poder. Não há convicção política! Pois se o império ruir, os personagens mudam apenas de paletó para não perderem "trono". Que venha 2026!
Por: Arnaldo Filho