Morre a atriz Brigitte Bardot, um dos ícones do cinema francês, aos 91 anos
Ela firmou seu nome em obras que atravessaram gerações
Por Administrador
Publicado em 28/12/2025 10:44
Politica
Brigitte Bardot esteve no Brasil em busca de anonimato e sossego

Um dos maiores ícones do cinema francês, a atriz Brigitte Bardot morreu neste domingo (28) aos 91 anos. A artista recentemente enfrentava problemas de saúde, chegando a ser internada em outubro deste ano em Toulon para passar por uma cirurgia. Ela até chegou a visitar o Brasil em 1964, mais precisamente em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro --onde foi homenageada com uma estátua à beira mar.

 

A informação foi confirmada pela fundação criada pela própria intérprete, dedicada à defesa dos animais, em nota à imprensa.

 

"A Fundação Brigitte Bardot anuncia, com imensa tristeza, a morte de sua fundadora e presidente, Madame Brigitte Bardot, atriz e cantora de renome mundial, que escolheu abandonar sua prestigiada carreira para dedicar sua vida e sua energia à causa do bem-estar animal e à sua fundação", afirmou a entidade.

 

Brigitte Bardot nasceu em Paris, em 28 de setembro de 1934, e rapidamente se tornou uma das faces mais emblemáticas do cinema europeu do pós-guerra. Ainda jovem, ela conquistou projeção internacional ao protagonizar E Deus Criou a Mulher (1956), filme dirigido por Roger Vadim (1928-2000) que redefiniu sua imagem pública e a transformou em símbolo de liberdade, sensualidade e ruptura de costumes.

 

Ao longo de aproximadamente duas décadas de carreira, Bardot participou de cerca de 50 produções e firmou seu nome em obras que atravessaram gerações. Nos anos 1960, consolidou seu prestígio artístico em filmes como A Verdade (1960), de Henri-Georges Clouzot (1907-1977), e O Desprezo (1963), dirigido por Jean-Luc Godard (1930-2022), dois títulos frequentemente associados ao auge de sua atuação dramática.

 

A atriz também esteve em produções de grande repercussão, como Viva Maria! (1965), ao lado de Jeanne Moreau (1928-2017), O Repouso do Guerreiro (1964), novamente sob a direção de Vadim, e As Petroleiras (1971), em que dividiu a cena com Claudia Cardinale (1938-2025).

 

Paralelamente ao cinema, Bardot manteve carreira como cantora e modelo, tornando-se uma das figuras mais fotografadas e comentadas de sua época. Chegou até a se lançar como cantora, obtendo considerável sucesso.

 

Em 1973, aos 39 anos, Brigitte Bardot decidiu se afastar definitivamente das telas. A escolha marcou uma virada radical em sua trajetória pública: a atriz deixou o cinema para concentrar seus esforços na defesa dos animais, causa à qual passaria a dedicar sua vida e sua imagem internacional.

 

A relação com o Brasil

Em 1964, Brigitte Bardot esteve no Brasil em busca de anonimato e sossego, distante da intensa exposição que vivia na Europa. Após chegar ao Rio de Janeiro e negociar um período de tranquilidade com a imprensa, ela seguiu para Armação dos Búzios, então um pequeno vilarejo de pescadores e ainda distrito de Cabo Frio.

 

A atriz visitou a cidade em duas ocasiões naquele mesmo ano. Na primeira, em janeiro, permaneceu por cerca de quatro meses hospedada em Manguinhos, acompanhada do então namorado, o produtor Bob Zagury. A segunda passagem aconteceu em dezembro, já sob maior atenção da mídia, quando sua presença passou a atrair jornalistas e curiosos de diferentes países.

 

A temporada de Bardot em Búzios teve efeitos duradouros. A cidade ganhou visibilidade internacional, viu surgir suas primeiras pousadas e passou a integrar o circuito turístico mundial. Décadas depois, a ligação entre a atriz e o município permanece simbolizada pela Orla Bardot e pela estátua de bronze à beira-mar, que transformaram sua passagem pelo Brasil em parte definitiva da história local.

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