Fonte: AF Noticias
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) ofereceu denúncia criminal contra Rejane Mendes da Silva, de 45 anos, e sua irmã, Lindiana Mendes da Silva, pelos crimes que chocaram a cidade de Araguaína. Rejane, técnica de enfermagem, confessou ter assassinado o empresário José Paulo Couto, de 75 anos, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal desde os 19 anos. Lindiana foi denunciada por participação na ocultação do corpo.
A denúncia, proposta em 8 de agosto pelo promotor Daniel José de Oliveira Almeida, da 4ª Promotoria de Justiça de Araguaína, e aceita pela Justiça em 11 de agosto, imputa a Rejane homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, asfixia e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ela também foi denunciada por furto para assegurar a impunidade, adulteração de placa de veículo e ocultação de cadáver.
O crime e a motivação
Segundo as investigações, o crime ocorreu em 9 de julho de 2025, na residência de Rejane, no Setor Parque Sonhos Dourados, em Araguaína. De acordo com a denúncia, o homicídio foi motivado pela recusa da vítima em continuar custeando despesas da acusada. Paulo Couto pagava mensalmente aluguel, contas de água, luz, internet e outras despesas, com valores que variavam entre R$ 1.600 e R$ 1.800. Em julho, informou que poderia repassar apenas R$ 600 devido a dívidas, o que teria gerado forte discussão.
Em depoimento, Rejane contou que, após o desentendimento, empurrou o empresário sobre a cama e o amarrou com cordas. Temendo ser denunciada, decidiu matá-lo. Primeiro, atingiu a garganta de Paulo com uma faca; depois, continuou os golpes até ele fechar os olhos. A vítima ainda pediu socorro e disse que a perdoaria, mas não foi atendida. Para conter o sangue, ela colocou uma sacola ao redor do pescoço dele.
Após o homicídio, Rejane subtraiu pertences do empresário — como anel, cordão, pulseira, relógio e celular —, adulterou a placa do veículo Renault Duster Oroch com fita isolante e pediu a um conhecido que estacionasse o carro em um lote baldio, sem que ele soubesse do crime.
Participação da irmã e ocultação do corpo
No dia seguinte, 10 de julho, Rejane pediu ajuda à irmã Lindiana para se desfazer do corpo, que estava enrolado em lençóis e um carpete, com pés e mãos amarrados. Inicialmente, Lindiana se recusou, pedindo que a irmã se entregasse à polícia. Porém, acabou cedendo e ajudando a colocar o cadáver no carro. As duas transportaram o corpo e o ocultaram sob uma ponte de um córrego na Avenida Frimar, entre o Bairro JK e a TO-222, em Araguaína.
O corpo foi encontrado após denúncia anônima ao 190. A brutalidade do crime e a rapidez na elucidação — apenas quatro dias — chamaram a atenção da população.
Ação do Ministério Público
O MPTO pediu o recebimento da denúncia, a citação das acusadas e a instauração do processo perante o Tribunal do Júri, além do pagamento de indenização à família da vítima. Para o órgão, o caso reúne provas suficientes para levar as rés a julgamento popular, dada a gravidade e as circunstâncias do crime.