O lançamento do filme “Assalto ao Banco Central” na Netflix trouxe à tona uma das histórias mais audaciosas do Brasil. Em agosto de 2005, uma quadrilha realizou um plano engenhoso em Fortaleza, Ceará, subtraindo aproximadamente R$ 164,8 milhões de uma agência do Banco Central.
O crime, que parecia ficção, foi descoberto quando funcionários notaram a falta do dinheiro após um fim de semana, revelando a extraordinária logística envolvida.
Detalhes do furto milionário
Entre 6 e 7 de agosto, os criminosos aproveitaram o fechamento do banco no fim de semana. Eles alugaram uma casa nos arredores, apresentando-se como comerciantes de grama sintética, para encobrir a escavação de um túnel de 80 metros.
Equipado com lona, vigas de madeira, ar-condicionado e iluminação, o túnel refletiu o sofisticado planejamento técnico dos autores. Dos R$ 164,8 milhões levados, somente cerca de R$ 20 milhões foram recuperados, deixando ainda uma vasta soma desaparecida.
Investigação e capturas
A operação envolveu mais de 36 indivíduos, dos quais aproximadamente 27 foram presos. A quadrilha utilizou vans para movimentar o dinheiro e dispersou seus membros por regiões como São Paulo, Goiás, Piauí e Pará.
Marcos Rogério Machado de Morais, conhecido como “Cabeção”, foi um dos líderes capturados em 2007. Ele fugiu em 2011, sendo recapturado em dezembro de 2023 em Sorocaba, São Paulo.
O assalto ao Banco Central de Fortaleza é um dos maiores da história brasileira. A complexidade da operação e seu efeito sobre a segurança bancária nacional colocam este caso sob constante estudo. Pelas estimativas atuais, o valor não recuperado, ajustado pela inflação, poderia ultrapassar os R$ 445 milhões.