Entre abril e maio deste ano, o YouGov realizou uma pesquisa em 13 países europeus, revelando números surpreendentes sobre o comportamento masculino
Urinar sentado ainda é visto como algo inusitado para muitos homens no Brasil e em outros países da América Latina. No entanto, na Europa, essa prática tem ganhado cada vez mais adeptos — e não se trata apenas de uma questão de conforto, mas também de saúde e higiene.
A discussão sobre o tema ganhou fôlego após uma coluna publicada por Sam Wollaston no jornal The Guardian, em que o jornalista criticava a falta de dados confiáveis sobre os hábitos masculinos nos banheiros. A provocação resultou em uma iniciativa do instituto britânico YouGov, que decidiu investigar o assunto mais a fundo.
Entre abril e maio deste ano, o YouGov realizou uma pesquisa em 13 países europeus, revelando números surpreendentes sobre o comportamento masculino. O ato de urinar sentado, conhecido na Alemanha como sitzpinkler, mostrou-se muito mais comum do que se imagina, especialmente entre homens mais velhos.
Dados da pesquisa
Na Alemanha, por exemplo, 62% dos entrevistados disseram que preferem fazer xixi sentados. Desses, quase metade está acima dos 55 anos, enquanto 28% têm entre 18 e 34 anos. A tradição germânica em torno da higiene pode ser uma das explicações para a alta adesão ao hábito.
No Reino Unido, a tendência aparece com um perfil oposto. Lá, são os mais jovens que lideram: 40% dos que se sentam para urinar têm até 34 anos, contrastando com os 23% que estão na faixa etária mais elevada. Esses dados reforçam que a prática não é apenas cultural, mas também geracional.
Em outros países, os números também chamam atenção. Na Suécia, metade dos homens entrevistados disseram urinar sentados. Na Austrália, esse índice é de 39%, seguido por 34% na Itália. Já no México, a taxa despenca para apenas 6%, reforçando a resistência em países latino-americanos.
Apesar do estranhamento de muitos, há benefícios comprovados na prática.
Segundo pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, urinar sentado permite esvaziar a bexiga com mais eficiência, o que reduz o risco de sintomas urinários — especialmente em homens com a próstata aumentada. No Japão, esse comportamento já é consolidado: ainda em 2020, 70% dos homens disseram adotar a postura mesmo durante a pandemia.
