O Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) foi oficialmente inaugurado na segunda-feira (17), em cerimônia realizada na sede da Superintendência da Polícia Federal em Manaus
A iniciativa marca o início de uma nova fase de articulação regional e internacional contra crimes transnacionais que ameaçam a Amazônia Legal, como o desmatamento ilegal, a grilagem de terras públicas, a lavagem de dinheiro e a sonegação de impostos.
O projeto conta com papel fundamental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que destinou, por meio do Fundo Amazônia, R$ 36,7 milhões em recursos não reembolsáveis para a instalação do CCPI. O valor cobre aluguel da estrutura por três anos, aquisição de equipamentos, viaturas, lanchas e mobiliário. Ao todo, o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), do qual o centro é parte essencial, recebeu investimento de R$ 318,5 milhões do fundo.
Durante a cerimônia, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, celebrou a integração entre segurança pública e proteção ambiental:“Estamos unindo inteligência, tecnologia e cooperação internacional para proteger a Amazônia e garantir a soberania brasileira sobre esse território vital para o futuro do planeta”, afirmou.
Coordenado pela Polícia Federal, o centro funcionará em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Nacional. Além das forças de segurança dos nove estados da Amazônia Legal, o CCPI contará com a participação de agentes de outros países da Pan-Amazônia, como Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, em consonância com os compromissos firmados na Carta de Belém.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, destacou a importância da integração e da cooperação no combate ao crime: “Segurança pública não se faz com frase de efeito, não se faz com grandes espetáculos, não se combate violência com mais violência. Se faz com inteligência, sabedoria, estratégia e integração”, declarou.Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reforçou o caráter internacional da iniciativa: “Não há mais outra solução. Não é mais o município, o estado ou o país sozinho que pode enfrentar esse flagelo global. É preciso que os países se unam para combater o crime organizado trocando informações, desenvolvendo ações coordenadas e intercambiando dados de inteligência”, defendeu.
A atuação do CCPI se articulará com organismos multilaterais como Interpol, Ameripol e Europol, permitindo um fluxo diário e permanente de informações e investigações conjuntas. Sua instalação reflete uma diretriz clara do governo federal de integrar esforços ambientais e de segurança para proteger a Amazônia com base em ciência, tecnologia e cooperação internacional, com apoio decisivo do BNDES.