Profundidade do Rio Tocantins dificulta busca por vítimas de queda de ponte
Politica
Publicado em 26/12/2024

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha trabalham no Rio Tocantins

Luiz Henrique Machado / Governo do Tocantins

Oito pessoas morreram e nove seguem desaparecidas após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre o Maranhão e o Tocantins

Equipes de mergulhadores da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros continuam trabalhando para localizar os nove corpos desaparecidos após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre o Maranhão e o Tocantins, que ocorreu no último domingo (22) e tem oito mortes confirmadas. A operação, entretanto, está sendo dificultada pela profundidade do Rio Tocantins, de aproximadamente 48 metros.

 

De acordo com informações da Marinha do Brasil, drones subaquáticos estão sendo utilizados na operação de resgate dos corpos, mas o trabalho dos mergulhadores encontra dificuldades por causa da profundidade do Rio Tocantins, que reduz o tempo submerso nas águas, e da incerteza sobre as condições das estruturas.

 

"O primeiro risco é a profundidade. Eles estão a 35 metros de profundidade, então o tempo de mergulho se torna mais curto, além das estruturas que estão lá e a gente não tem certeza se elas estão firmes ou não, se elas podem ceder ou não, e tem todo esse contexto que o mergulhador tem que ter cuidado", destaca o tenente-coronel Rafael Menezes, do Corpo de Bombeiros do Tocantins.

 

Buscas pelos corpos

Mergulhadores localizaram, na manhã desta quinta-feira (26), mais dois corpos de vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins. Agora, chega a 8 o número de mortes confirmadas e 9 pessoas seguem desaparecidas. A informação foi confirmada pela Marinha do Brasil, durante coletiva de imprensa.

 

Não há informações sobre a identidade das últimas duas vítimas encontradas, pois os corpos ainda não foram retirados da água. 

 

Por causa da posição dos corpos e da proximidade com ferragens, o trabalho de resgate das duas vítimas deve ser feito com cautela. De acordo com a Marinha, o início da operação de resgate deve começar nesta sexta-feira (27).

 

Marinha envia mais equipes

A Marinha do Brasil enviou mais uma equipe com 18 mergulhadores e mais de 12 toneladas de equipamentos para reforçar as buscas pelos desaparecidos no desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira.

 

Além dos mergulhadores, a nova equipe enviada pela Marinha conta com um médico hiperbárico, dois enfermeiros hiperbáricos e o operador de uma empresa especializada em inspeções subaquáticas, que está auxiliando de forma voluntária nas buscas.

 

Junto com a equipe da Marinha, equipamentos específicos para realizar mergulho a ar dependente (MARDEP) até uma profundidade de 57 metros também foram trazidos, além de outros dispositivos que darão ainda mais precisão às buscas, como três veículos submarinos do tipo ROV, que são pilotados de forma remota e têm capacidade para explorar águas profundas.

 

Cargas intactas

Novas imagens divulgadas pela Marinha do Brasil, nesta quinta-feira (26), mostram uma parte da carga dos veículos que transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico e que ficaram submersos no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que fica entre a divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins.

 

Os dois caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. As imagens feitas por mergulhadores profissionais mostram os galões com defensivos agrícolas submersos no Rio Tocantins.

 

Risco de vazamento é mínimo

O supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, confirmou que os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.

 

Em entrevista, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.

 

“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou o supervisor.

 

Tragédia em Estreito

No último domingo (22), a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os municípios de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, desabou sobre o Rio Tocantins, causando um grande susto na população da região. O caso aconteceu por volta das 15h e, segundo moradores locais, haviam três caminhões sobre a estrutura no momento da queda.

Comentários