Carro do milhão: delegado pode pedir prisão dos envolvidos
Politica
Publicado em 09/08/2024

Mesmo sem elementos suficientes para solicitar a prisão das pessoas envolvidas, a Seic não descarta a possibilidade de tal providência vir a ser adotada no caso investigado

Por: Douglas Cunha

“Apesar das investigações estarem bastante avançadas, ainda não temos elementos suficientes para solicitar a prisão das pessoas envolvidas, porém não descartamos a possibilidade de tal providência vir a ser adotada”. A assertiva é do titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais – SEIC, delegado Augusto Barros, que investiga o caso juntamente com o delegado Plínio Napoleão. As duas pessoas já identificadas como envolvidas com o caso do automóvel Clio, de cor vermelha.

 

Tudo começou quando no dia 16 de julho! Um homem estacionou um automóvel Renault Clio vermelho, na porta de um condomínio no Bairro Renascença, na Rua das Andirobas. Câmeras de segurança registraram o momento em que o homem que conduzia o Clio, deixa o local, calmamente, e embarca em outro automóvel, um Honda Fit, de cor preta, que ali havia chegado no mesmo momento. A polícia identificou que o veículo usado no resgate está em nome da genitora dos irmãos Braide, falecida em outubro 2010.

 

Moradores do condomínio estranharam a permanência daquele carro abandonado e comunicaram à Polícia. Uma guarnição da Polícia Militar compareceu ao local indicado e ali constatou que havia muito dinheiro no porta-malas do carro. O caso foi transferido para a Polícia Civil que procedeu a apreensão do veículo e do dinheiro que, conforme foi informado, autoridades da Superintendência Estadual de Investigações Criminais- SEIC passaram a noite conferindo as cédulas de duzentos, cem e cinquenta reais, constatando que havia ali, mais de um milhão de reais.

 

Proximidade com a família Braide

Os investigadores da Polícia Civil identificaram também que o carro com todo dinheiro, foi abandonado no Renascença por Guilherme Teixeira que nos últimos anos exerceu funções de assessoria ao então deputado federal Eduardo Braide; virou assessor na Prefeitura de São Luís após eleição de Eduardo Braide, e atualmente era assessor técnico do deputado estadual Fernando Braide, irmão do prefeito. Guilherme foi exonerado, no dia 2 de agosto.

 

Outro investigado

Outro investigado é Carlos Augusto Diniz da Costa, o “Makilas”, que no momento da abordagem pela Polícia Militar no local onde o carro foi abandonado, se apresentou como dono do carro.

 

A Polícia, no entanto, afirma que ele mentiu. Carlos Augusto trabalhou até há poucos dias na Prefeitura de São Luís, na Secretaria de Informação e Tecnologia, de onde já foi exonerado, no dia 31 de julho.

 

Envolvidos não colaboram com as investigações

Tanto Guilherme Teixeira quanto Carlos Augusto Diniz, não estão colaborando com as investigações policiais que visam identificar a origem e destinação que seria dada ao dinheiro apreendido. Ambos já foram intimados, por dias vezes, para prestar depoimento na SEIC.

 

Atenderam ao chamado, mas se recusaram dar qualquer declaração, alegando o direito constitucional de permanecer calados.

Com isso, a Polícia Civil está se valendo dos registros feitos por câmeras de segurança e verificando informações junto ao Banco do Brasil, de onde o dinheiro foi sacado, assim como da transportadora de valores que fez o transporte do dinheiro.

 

Alvos de operação

No fim da tarde de terça-feira, dia seis de agosto, agentes da SEIC deram cumprimento a mandados de busca de apreensão nas residências de Guilherme Teixeira, no Parque Shalon, e de Augusto Diniz, na Avenida dos Africanos, resgatando documentos e telefones celulares, que serão periciados por especialistas da Polícia Judiciária.

 

Sem previsão de conclusão

Conforme o superintendente Augusto Barros, as investigações estão avançando, mas ainda não há uma previsão para a conclusão dos trabalhos que visam identificar a origem e destinação do dinheiro apreendido, que está sob custódia do Judiciário em uma conta no Banco do Brasil.

 

Mesmo assim, ainda não há elementos suficientes para que seja solicitada a prisão dos envolvidos, assim como identificar os crimes supostamente praticados. No entanto, é considerado um caso muito suspeito, visto que as duas pessoas que estão sob investigação, não se manifestam para esclarecer tudo. Porém não está descartada a possibilidade de ambos virem a ser presos por decreto.

Fonte: O Imparcial

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