Avião com ex-presidentes observadores eleitorais é proibido de entrar na Venezuela
Politica
Publicado em 27/07/2024

Presidente do Panamá, José Raúl Mulino - REUTERS/Aris Martinez

(Reuters) - O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou nesta sexta-feira que um avião com ex-presidentes latino-americanos, que iriam para a Venezuela como observadores da eleição de domingo no país, não pôde decolar, por conta de um bloqueio do espaço aéreo venezuelano.

 

Na semana passada, a Venezuela emitiu um decreto fechando movimentos de fronteira por terra, ar e mar, a partir da meia-noite de sexta-feira. O governo disse que a medida foi tomada para manter a segurança e proteger a eleição presidencial, na qual o presidente do país, Nicolás Maduro, busca um terceiro mandato.

 

Entre os passageiros do avião estavam ex-presidentes, incluindo Mireya Moscoso, do Panamá, e Vicente Fox, do México.

 

“A aeronave não teve permissão para decolar de Tocumen, enquanto eles permanecessem a bordo”, afirmou Mulio na plataforma X.

 

“Nicolás Maduro fez com que os voos da Copa com direção à Caracas e à Venezuela fossem suspensos”, disse Fox, em vídeo gravado no aeroporto de Tocumen, depois de deixar o avião.

 

O Ministério da Informação da Venezuela e a Copa Airlines não responderam imediatamente aos pedidos da Reuters para que comentassem sobre o tema.

Vídeo relacionado: Venezuela impede que avião com políticos chegue ao país, diz ex-presidente do Panamá (Dailymotion)

O Ministério das Relações Exteriores do Panamá convocou a representante diplomático da Venezuela no país, disse o chanceler panamenho, Javier Martínez-Acha, no X.

 

Em uma postagem separada, Martínez-Acha disse que “o ministro dos Ttransportes venezuelano nos assegura que, a partir de agora, não haverá impedimento para os voos da Copa em ambas as direções".

 

Nesta semana, o ex-presidente argentino Alberto Fernández e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil desistiram de atuar como observadores da eleição venezuelana, alimentando preocupações sobre a lisura e a transparência do pleito.

 

Autoridades norte-americanas disseram a repórteres nesta sexta-feira que Washington acha preocupante que Maduro tenha tomado atitudes para restringir o monitoramento eleitoral internacional. Os EUA pediram que ele reconsiderasse a decisão de impedir que ex-presidentes regionais viajassem para observar as eleições.

 

Maduro afirmou que a Venezuela detém o sistema eleitoral mais transparente do mundo.

 

(Reportagem de Aida Pelaez-Fernandez; reporagem adicional de Vivian Sequera e Elida Moreno)

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