Tocantins: Falso fazendeiro é indiciado por causar prejuízo de R$ 860 mil com compra de gado
Politica
Publicado em 17/02/2024

Homem saiu de Goiás para aplicar golpes no Tocantins / Foto: Ilustrativa

Ele pagava à vista uma pequena parte das negociações e emitia dezenas de cheques sem fundos

Do AFnoticias

A Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato (Deleagro) concluiu, nesta sexta-feira (16), as investigações relativas a um estelionatário que praticou golpes na compra de gado em Paraíso e região. Os golpes aos produtores ultrapassam R$ 860 mil.

 

Conforme apontaram as investigações, o investigado de 49 anos veio do Estado de Goiás e inicialmente procurou profissionais conhecidos an região, principalmente zootecnistas e engenheiros agrônomos, manifestando a intenção de comprar cabeças de gado PO (puro de origem).

 

Com isso, esses profissionais locais, em princípio de boa-fé e sem desconfiar que se tratava de um golpe, apresentavam o pretenso comprador aos produtores, o que gerava uma maior credibilidade pela confiança já estabelecida com os profissionais locais. 

 

Ainda restou apurado que, para dar uma aparência de legalidade à transação, o ‘golpista’ apresentava um portfólio de credenciais bem elaborado, constando, por exemplo, ser proprietário de uma grande fazenda em Goiás, circunstância que gerava uma sensação de segurança aos produtores, como se o pretenso comprador realmente tivesse condição de arcar com a compra do gado. 

 

“Contudo, ficou constatado na investigação que essa fazenda já não era mais de propriedade do investigado há mais de dois anos e tudo não passava de artifício para iludir as vítimas”, ressaltou o delegado Gustavo Henrique da Silva Andrade, responsável pelas investigações.

 

Além disso, na negociação propriamente dita, o investigado pagava uma entrada à vista em torno de 10% do valor total da transação e emitia cheques pós-datados. Entretanto, em todos os casos, os cheques emitidos não foram compensados por insuficiência de fundos, bem como alguns retornaram pelo motivo 35, ou seja, ‘cheque fraudado’. 

 

Com a robustez das provas carreadas aos autos, não restam dúvidas quanto à autoria e materialidade do crime de estelionato, segundo a polícia. 

 

“Com a conclusão das investigações e levado o caso à apreciação da Justiça, espera-se a punição do autor, bem como a reparação dos prejuízos suportados pelos produtores. É bom frisar que a Dedeagro está à disposição de demais produtores que porventura sejam vítimas de golpes ou outros crimes relacionados à atividade rural”, destacou o delegado Gustavo Henrique. 

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