Às vezes, durante, minha vida de médico, necessito esbarrar, um pouco durante minha trajetória planetária, e, inevitavelmente, fico a refletir: qual seria a verdadeira função dos órgãos ligados ao exercício da Medicina Humana humana, no nosso Brasil? Uma vez, que vivemos completamente descobertos de qualquer nível de proteção moral, afetiva, jurídica, científica, lamentavelmente, em nosso dia a dia de trabalho.
Nesse íterim, é fundamental, que nos lembremos de todos os trabalhadores que dão sustentação ao trabalho do médico, ou seja, do porteiro de um hospital ao diretor do hospital, sem exceção de qualquer profissional da equipe.
O médico não trabalha sozinho, portanto, precisa de uma ótima equipe de trabalho. Nenhum dos tais conselhos de Medicina Humana no Brasil, exercem um trabalho em defesa do médico brasileiro e, consequentemente, da nossa população,em geral. Vive-se, no momento, em Imperatriz-Ma uma verdadeira bagunça no hospital Socorrão, sob todos os aspectos da administração pública em Saúde.
Nem por isso, a nossa população é conscientizada do risco que corre, quando profissionais de saúde, em nível, dos nossos colegas médicos, estejam a atendender: recém-nascidos, lactentes, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, sem o mínimo de condições de espaço fisico, muitas vezes, ausência de recursos terapêuticos, precárias condições higiênicas e, acima de tudo, péssimos salários, níveis de estabilidade emocional e, quem sabe, até mental.
Assim, desse modo,trabalhando, estão muitos de nossos colegas, enfrentando,portanto, insalubridade, atraso salarial, e, assim por diante. Pior, ainda, escondem-se na covardia, pois se reclamar contra tal vendaval de negligências administrativas, em saúde, ficarão sem oportunidade de trabalho na cidade, ou, até no estado. E será taxado logo, de subversivo e esquerdista.
Enquanto isso, dentro de nossa classe, muito embora, proibido por Nossa Constituição federal, há grupos de colegas que impõem o sistema cartelismo em determinadas especialidades. Para mim, isso é uma verdadeira falta de vergonha, no seio de nossa classe. Todavia, nossos conselhos fecham os olhos, tapam os ouvidos, e, nada fazem para democratizar os nossos serviços médicos, em todo Brasil.
E, desse modo, o espírito empresarial, monopolizado por diferentes grupos, está, pouco, a pouco, quebrando as nossas Unimedes em todo o Brasil.
Hoje, portanto, além, dos "políticos" algozes de nós médicos, somos, também, vítimas do EGOÍSMO nojento que existe dentro de nossa classe, ao longo de nossa história. Vivemos, diuturnamente, cercados de verdadeiros inimigos dentro da classe médica. Especialmente, quando o colega que se diz político, é sabedor do pensar diferente de qualquer colega. Apesar de tudo, sinto-me alegre, pela existência de colegas que primam pela decência, ética e solidariedade no meio de nossa classe.
Até, o presente momento, graças a Deus, nunca levantei uma palha sequer, para destruir a imagem de qualquer colega médico. E, não me arrependo. Graças ao meu maravilhoso Deus! Já, tive, inclusive, a felicidade de não permitir a demissão de um colega do nosso meio, diretor de um órgão público da saúde, quando estive à frente da subsecretaria de saúde da Região Tocantina. Tenho como testemunhas vivas, sobre o que acabo de dizer: dr. Ubirajara Pereira, o qual me acompanhou, numa determinada noite, até a casa e o então secretário de governo do estado- Agostinho Soares Boleto, que viera de São Luiz incumbido de levar a carta de demissão do colega, com a minha assinatura!
Imperatriz, 10 de 2023
Itamar Dias Fernandes