Famílias cobram por justiça um mês após tiroteio em van que matou dois reféns em Sítio Novo
Politica
Publicado em 04/06/2023

Marcas de tiro ficaram por toda a van

Os sobreviventes tentam se recuperar e também cobram auxílio do governo

 

Passado um mês desde o tiroteio que resultou na morte de dois reféns e deixou outros três gravemente feridos, em uma van, no município de Sítio Novo, no Maranhão, nenhum dos envolvidos foi responsabilizado, e as vítimas cobram respostas do governo do Estado.

 

O motorista da van, Elton Coelho, é uma das vítimas. Ele que ficou em estado grave e quase morreu após a troca de tiros entre policiais e assaltantes.

 

Elton foi atingido por quatro disparos e precisou passar por três cirurgias. Depois de 14 dias internado, o motorista tenta recuperar a saúde ao lado de parentes em Imperatriz.

 

"O que me deixa mas preocupado, é se a minha rotina vai voltar ao normal? Meu único meio de ganhar meu pão de cada dia era a minha van, que está destruída", conta Elton, que diz não ter recebido apoio do governo do estado.

 

Só com as despesas no hospital, o motorista gastou quase R$ 30 mil e vive a base de remédios que têm um alto custo. Sem trabalho, ele conta com a ajuda de amigos.

 

"Nós não temos resposta do estado sequer para comprar uma caixa de remédios", conta.

 

Além do motorista, estavam na van o pai e a esposa dele, que tiveram ferimentos leves e não precisaram ficar internados. Já o filho, que também foi atingido pelos disparos, continua sendo assistido por médicos no Hospital Municipal Infantil, sem previsão de alta.

 

Mortos

 

Dois passageiros acabaram morrendo durante o confronto entre policiais e assaltantes. Oneide Costa da Fonseca Oliveira, de 60 anos, foi socorrida, chegou a ser internada em um hospital de Imperatriz, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A filha dela pede justiça e esclarecimento do caso.

 

"Ninguém nunca entrou em contato com a gente. Minha mãe estava indo para cuidar de meu tio, que estava operado do rosto, e aconteceu isso na estrada e minha mãe morreu. Eu quero justiça e saber quem matou minha mãe. Está muito difícil para nós", afirma Leudianes Costa, filha de dona Oneide.

 

Outro passageiro, Raimundo Francisco Sousa, morreu ainda no local do tiroteio. Ele chegou a ser confundido, pela Polícia Militar, como sendo um dos bandidos. A família dele também cobra uma explicação. Os documentos e os exames que estavam com ele nunca apareceram.

 

"Essa espera de respostas está sendo muito dolorosa para a gente. A família está totalmente dilacerada. Meu avô, de 80 anos, que é o pai da vítima, que já não tinha uma saúda das melhores, por causa da idade, agora está pior. Uma tristeza profunda", afirma Luana Rodrigues, sobrinha de Raimundo.

 

Assalto a banco

 

Um grupo criminoso fortemente armado atacou a agência do Bradesco em Sítio Novo, no interior do Maranhão, na madrugada do dia 4 de maio.

 

Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de sete criminosos explodiram o cofre da agência, que fica na Avenida Presidente José Sarney, por volta das 2h40. Por meio das imagens de câmera de segurança, a polícia foi acionada e passou a perseguir os criminosos.

 

Três assaltantes morreram durante um tiroteio com policiais militares. Dos criminosos que conseguiram fugir, um foi preso, no dia 8 de maio. Ele foi levado para o hospital em Porto Franco, já que tinha ferimentos pelo corpo que foram causados durante a troca tiros dos bandidos contra os PMs.

 

Posicionamento do Governo do MA

 

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), disse que os policiais envolvidos no tiroteio foram afastados e que a perícia oficial do caso está em andamento para definir a dinâmica dos fatos, e que realizou exames solicitados pelas autoridades, que vão definir agora quanto as responsabilidades no tiroteio. O governo do estado não se manifestou sobre a assistência prestada às vítimas.

 

Fonte: Grupo Mirante

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