TOCANTINS: Morre paciente que teve câncer espalhado pelo corpo enquanto aguardava exame de endoscopia
Politica
Publicado em 30/03/2023

Morgana usava as redes sociais para mostrar o dia a dia da sua rotina de vida, e fazia campanha para arrecadar ajuda financeira para custear alimentação, remédios e suplementos necessários (Foto: Djavan Barbosa) 

 

Uma nota divulgada nas redes sociais de Morgana Bezerra da Silva Gomes, de 27 anos, informou sobre sua morte, na quarta-feira, 29

 

Morreu na quarta-feira, 29, Morgana Bezerra da Silva Gomes, de 27 anos, moradora de Palmas, cinco meses após o diagnóstico de câncer gástrico, também conhecido como câncer do estômago. Em fevereiro, Morgana contou, que o câncer havia se espalhado pelo corpo, enquanto ela esperava por um exame de endoscopia em Palmas.

 

Morgana usava as redes sociais para mostrar o dia a dia da sua rotina de vida, e fazia campanha para arrecadar ajuda financeira para custear alimentação, remédios e suplementos necessários. Uma publicação nas redes sociais dela na noite de quartafeira, informou seus seguidores sobre sua morte.

 

A nota diz, “aviso a todos amados e queridos seguidores que nossa guerreira lutou até seu último minuto. Ninguém mais forte que ela. Ela guardou a fé dela. E descansou para o senhor. Estamos em luto. Agradecemos de coração todo o apoio imenso de todos vocês, não temos palavras para agradecer”.

 

Na matéria publicada no mês passado, Morgana contou que se o diagnóstico fosse feito com mais agilidade pelo Sistema único de Saúde (SUS) realizado pelo município poderia ter mais chance de curar o câncer.

 

O diagnóstico do câncer de estômago só é possível por meio de uma biópsia, geralmente ela é feita durante uma endoscopia, procedimento que é feito por um médico gastroenterologista, mas Morgana Gomes enfrentou dificuldades na demora na realização do exame.

 

O município de Palmas solicitou o exame de endoscopia no dia 27 de julho de 2022, mas até o dia 7 de fevereiro, tinham ligado para marcar o exame. Devido a essa demora ela conseguiu o diagnóstico pelo Estado em outubro de 2022 e por meio do exame ela descobriu que possuía o câncer.

 

Em janeiro de 2023 ela passou por uma cirurgia que tinha como objetivo retirar o estômago, mas foi descoberto que ela possuía metástase, ou seja, quando o câncer progride e atinge outras partes do corpo. segundo ela, os médicos haviam informado que não tinha mais o que fazer, apenas quimioterapia e qualidade de vida.

 

Ela apontou que assim como ela, muitas pessoas no estado não têm condições financeiras em bancar os exames necessários para o diagnóstico da doença.

 

O número de pessoas com câncer gástrico aqui no Tocantins é muito alto, aqui não tem nenhum hospital especializado em câncer gástrico. E eu tenho certeza que só tem esse número por conta do diagnóstico não ser prematuro, porque a gente não tem condição de pagar uma consulta com o gastroenterologista e uma endoscopia e por isso a gente fica esperando pelo SUS e quando nos atende o câncer já tomou de conta, então não tem jeito”.

 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informou por meio de nota que a paciente foi inserida no serviço de saúde da rede estadual no dia 25 de outubro de 2022 e recebeu atendimento por especialista no dia 1º de novembro de 2022.

 

A SES-TO destacou que ela recebeu o acompanhamento necessário para o seu quadro clínico, “em tempo oportuno”.

 

A SES-TO afirmou também que a inserção dos pacientes no Sistema de Controle de Fila de Espera (SIGLE) é feita pelos municípios, “uma vez que os mesmos são responsáveis pela porta de entrada da população (exceto urgências e emergências), para o Sistema Único de Saúde (SUS)”.

 

Ainda na época, a reportagem questionou a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) do porquê houve a demora na realização do exame de endoscopia da paciente, mas a pasta respondeu apenas que a paciente “precisava ir até à Unidade de Saúde da Família (USFs) para ver qual a orientação dada para a demanda”.

 

Fonte: Jornal do Tocantins

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