Vice-procuradora desconsiderou "mera palavra" de colaborador
BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na quinta-feira (8), o arquivamento de uma denúncia contra um grupo de políticos emedebistas que ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
A acusação havia sido oferecida em 2017, no âmbito da Operação Lava Jato. A informação é do jornal O Globo. Na manifestação enviada ao STF, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, defendeu que “a mera palavra do colaborador e os elementos de provas apresentados” não são suficientes para validar a denúncia.
Ela também citou que o chamado pacote anticrime — mudanças na legislação sancionadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019 — impede o avanço de processos com base somente em delações premiadas. São alvos da apuração decorrente da Lava-Jato os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA ), além dos ex-senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), todos do MDB.
As acusações também pesavam contra Sergio Machado, que comandou a Transpetro de 2003 a 2014, nos governos de Lula e Dilma, e o ex-presidente José Sarney. Na quarta-feira, um dia antes da manifestação sobre os emedebistas, a mesma Lindôra já havia adotado entendimento idêntico em relação a petistas.
Ela pleiteou ao STF a rejeição de uma denúncia contra Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente da legenda, e o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, titular da pasta durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff.