Maria Janaína Santos Souza, de 17 anos, chorou ao ver o resultado do Enem e já faz planos para o curso de Medicina
Sonhando com o dia em que vai se tornar médica, a estudante paraense Maria Janaína Santos Souza, de 17 anos, do município de Itaituba, no sudoeste do Pará, tirou nota mil na Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. Ela concluiu o Ensino Médio no ano passado, mora com os avós, é apaixonada por Matemática e já faz planos para ingressar numa universidade federal.
Ao ver o resultado do Enem, que foi antecipado na última quinta-feira (09), Maria não controlou as lágrimas de felicidade. A estudante já tinha feito o Enem 2021 como treineira e acredita que essa experiência foi fundamental para o resultado deste ano. "Eu, primeiramente, fiquei em choque, em êxtase, depois comecei a chorar e pular de felicidade", comentou.
O bom desempenho também foi visto nas outras áreas do exame. "Eu fiquei feliz com os resultados das outras áreas. Pelo meu esforço e dos professores, nós estávamos confiantes. O resultado que também me deixou muito feliz foi em Matemática, que eu consegui acertar todas as questões; e na área de Ciências humanas com quarenta acertos. Nas demais também consegui excelentes resultados, ficando acima dos 30 acertos.", detalhou.
A excelente nota será utilizada no Sistema de Seleção Unificada (SISU), que tem calendário de inscrições entre 16 a 24 de fevereiro e resultado marcado para o dia 28 ainda deste mês. E o curso almejado é a Medicina. Maria Janaína explica que vai buscar uma nota de corte para alguma universidade próxima do Pará. E, com a concretização da aprovação, deve se mudar para fora do estado.
"As universidades eu ainda não sei, mas quero ingressar em uma universidade federal. Quero Medicina, porque sempre foi meu sonho ser médica. Medicina e Matemática estão no meu coração.", frisou.
Apoio da família e dos professores
Maria conta que o apoio familiar e o suporte escolar fizeram a diferença. "Moro com meus avós, mas tenho o acompanhamento diário da minha mãe. Tive total apoio da minha família. Nos momentos difíceis, eles me faziam não desistir, e qualquer material de apoio para os estudos, eles me ajudavam a adquirir".
A gratidão também é grande com as escolas por onde passou. "A escola Marechal Rondon foi essencial para esse resultado, assim como a escola que eu concluí o fundamental II, O Polegar", acrescentou a estudante.
O tema da redação
Diante do tema da Redação do Enem, "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil", Maria relata que a professora buscava falar das minorias, dos oprimidos e, no início do ano, chegou a discutir em sala de aula sobre os povos indígenas, o que isso ajudou muito na hora da prova.
"Os professores das matérias de humanas, também foram essenciais na construção dos meus repertórios. Eu abordei a importância desses povos para a construção da identidade nacional. Falei da questão do etnocentrismo e da ausência de política governamentais, o que dificulta a valorização dessas comunidades e povos tradicionais.", explicou.
Para a adolescente, o segredo para a nota mil reflete a confiança nos professores, na escola e nela mesma. "Abdiquei de muitas coisas e me dediquei exclusivamente aos meus estudos. Felizmente só tive professores maravilhosos, que não pensavam duas vezes em ajudar, sobretudo, a professora Jax Mara, de Redação; e o professor Júnior, de Matemática. Eles eram meus monitores e confiaram e apoiaram tanto eu quanto meus colegas de turma.", concluiu.
"Aluna muito focada e compromissada", elogia professora de Redação
Jax Mara de Jesus Queiroz, professora de Redação de Maria Janaína na escola particular Marechal Rondon, comentou que a estudante tem muita facilidade para aprender e que superou um ano cheio de desafios. Também destacou elogios sobre dedicação e comprometimento e explicou que o esforço na Redação veio ao longo do trajeto de preparação para o vestibular, a partir da paixão pela Matemática.
"Um ano de algumas privações para ela. Mas é uma aluna muito focada e compromissada. Estudava de forma integral na escola, nos períodos da manhã e tarde. E eu, que sou da Redação, ainda ficava com ela e a turma no período da noite. Isso porque ela almejava um curso de média muito alta, Medicina. Logo, precisava avançar nas disciplinas de notas mais altas, como Redação e Matemática.", disse a docente.
Diante de tanto empenho, a nota máxima já era bastante aguardada pela comunidade escolar. "Nós trabalhamos por essa nota, por isso estávamos ansiosas pelo resultado. E confiantes. Mas as dúvidas pairavam, já que produzir não é uma tarefa fácil, requer a ativação de vários conhecimentos. É uma menina muito dedicada, o compromisso e o querer fez com que se tornasse mais leve no aprendizado.", acrescentou a professora Jax Mara.
De "O Liberal"