PM acusado de matar namorada de 17 anos é preso novamente
Politica
Publicado em 08/10/2022

A vítima, Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos, foi morta com um tiro, no dia 5 de julho de 2021, na cidade de Coroatá

 

O cabo da Polícia Militar do Maranhão, identificado como Gilgleidson Pereira Melo, foi preso na manhã desta sexta-feira (7), em São Luis, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, pelo crime de feminicídio, que teve como vítima a adolescente Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos.

 

A vítima, que era namorada do PM, foi morta com um tiro, no dia 5 de julho de 2021, na cidade de Coroatá.

 

Segundo as investigações do Departamento de Feminicídios da Polícia Civil do Maranhão, o crime aconteceu em uma chácara, situada no bairro Mocó, em Coroatá, pertencente à família do acusado. O corpo da vítima foi encontrado no interior da propriedade, após ser atingido por disparo de arma de fogo.

 

Após o crime, o militar fugiu da cidade, sendo localizado e preso na cidade de Timon, no dia 9 de junho, quatro dias após o feminicídio. Em seguida, o PM foi transferido para São Luis, mas depois foi posto em liberdade, após ser beneficiado com uma decisão da Justiça.

 

O suspeito voltou a ser preso nesta sexta, após a Polícia Civil cumprir um mandado de prisão preventiva, que foi formulado pelo Ministério Público.

 

Reprodução simulada do crime

 

No dia 29 de abril deste ano, uma equipe do Departamento de Feminicídios esteve na chácara, onde o crime aconteceu, para realizar uma reprodução simulada do feminicídio, visando esclarecer alguns pontos das investigações.

 

As investigações seguem no Departamento de Feminicídio do Maranhão, da Superintendência de Homicídios e de Proteção à Pessoas (SHPP).

 

Policial deu falsa versão sobre o crime

 

De acordo com informações da Polícia Civil do Maranhão, o corpo de Ana Carolina, de 17 anos, foi encontrado na rua Campo Agrícola, bairro Mocó, no interior do sítio onde residia com o policial militar, na cidade de Coroatá.

No dia do crime, o cabo Gilgleidson Pereira foi levado à delegacia e afirmou que, durante a madrugada de segunda (5 de julho de 2021), por volta de 1h, ele estava fora de casa, quando recebeu uma mensagem da companheira informando que teria algumas pessoas no quintal tentando invadir a casa. O PM alegou que teria pedido a moto de um amigo emprestada e foi até o sítio. Chegando lá, ele teria sido recebido a tiros e atirou contra os criminosos. Durante o tiroteio, Ana Carolina acabou sendo baleada e morta.

 

Porém, na ápoca do crime, o delegado Jefferson Portela, então secretário da SSP-MA, a Polícia Civil não tinha identificado indícios que comprovassem a versão do PM.

 

"A delegada Wanda esteve no local dos fatos e conversou com os moradores. O local é iluminado e ninguém viu a chegada de qualquer pessoa ou qualquer confrontação com atacantes externos à casa do policial. E, detalhe, que essa casa fica há 900 metros do quartel da Polícia Militar, não houve pedido de socorro, não houve ações de captura dos autores citados, nenhum fato que fosse constado no sentido de dar veracidade a alegação de ataque de criminosos feito contra a casa. Infelizmente, isso não é verdade”, declarou o, então, secretário".

O corpo de Ana Carolina, de 17 anos, foi encontrado na rua Campo Agrícola, bairro Mocó, no interior do sítio onde residia com o policial militar, na cidade de Coroatá. 

 

Mudança de comando no 24º BPM

 

Após o caso, o comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Coroatá, major Frans, foi substituído da direção do BPM pelo major Luís Augusto. Segundo Jefferson Portela, a autoridade policial não agiu corretamente na apuração do crime.

 

“Compete às autoridade policiais ouvir a narrativa de qualquer fato criminoso e compete, como consequência, a agir de acordo com a verdade. Uma narrativa inicial pode corresponder a verdade e pode corresponder a uma não verdade, uma inverdade. E cabe ao chefe de polícia local, o delegado, o comandante averiguar o que se deu. Porque nós estamos falando aqui de uma perda de uma vida humana por ação humana, portanto crime. Está lá o corpo baleado, crime. O fato é crime. Quem foi a autoria? Cabe as autoridades policiais definir. E a narrativa inicial se fosse questionada pelo comandante com rigor e pelo delegado, os dois teriam que autuar o autor do fato, sem nenhuma dúvida”, explicou Portela.

 

 Do "g1 MA"

 

 

 

 

 

 

 

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