No inicio do mês passado o governador Flávio Dino anunciou em entrevista coletiva o uso facultativo de máscaras em locais abertos no Maranhão. Após quase dois anos de intensa restrição para evitar a transmissão do vírus causador da Covid-19, os maranhenses começam a colher os frutos da boa gestão no combate e controle da pandemia. Com forte investimento em saúde em todas as regiões do estado, o Maranhão passou as etapas mais críticas da crise epidemiológica, como o estado com a menor taxa de mortalidade por coronavírus do Brasil.
Em junho deste ano, o Jornal Nacional, da TV Globo, confirmou o Maranhão com a menor taxa de mortalidade por Covid-19 entre todos os estados brasileiros.
Para o secretario de Estado da Saúde (SES) Carlos Lula, o bom desempenho é o resultado de uma combinação de ações, que vão desde a descentralização e ampliação do sistema de saúde e campanhas de vacinação nas cidades, para ampliar o número de imunizados em todo o território estadual.
“Todos os estudos apontavam que, pelo contrário, o Maranhão deveria ser um dos piores estados do país no enfrentamento à Covid-19, porque tinha uma estrutura hospitalar muito pequena diante do número de casos que tivemos, logo no início, no país. Mas a gente demonstrou o contrário, aumentamos nossa rede, tomamos medida de distanciamento no momento adequado e sempre respeitamos a ciência”, disse Carlos Lula em entrevista.
Veja abaixo algumas ações que garantiram ao MA destaque nacional na corrida contra o vírus:
Novos Leitos
Dados da SES apontam que, no primeiro ano da pandemia, foram inaugurados cerca de 500 leitos hospitalares. Na chamada segunda onda, em 2021, foram 983 leitos adicionais, distribuídos em todo o estado, em parceria com municípios, com uma média de 11 novos leitos exclusivos para o tratamento da doença.
Vacinação intensificada; Alcântara na dianteira nacional
Para auxiliar os municípios com população abaixo de 50 mil habitantes durante a campanha de vacinação contra a Covid-19, o Governo do Estado, através de seletivo, contratou 900 profissionais para ajudar as equipes municipais na aplicação dos imunizantes e registro das doses no sistema do Ministério da Saúde.
Um dos fatores que contribuiu para o rápido avanço da vacinação no estado foi a logística montada pela SES em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para a distribuição em tempo recorde dos imunizantes.
A logística de entrega conta com o apoio da Polícia Militar, responsável pela segurança no deslocamento. Para o transporte dos imunizantes são utilizados aviões e helicópteros, além de vans refrigeradas. Essa dinâmica possibilitou a distribuição dos imunizantes em até 48h após o recebimento das doses, com 8,9 milhões de vacinas transportadas aos municípios e 7,7 milhões de doses aplicadas.
Com a ação intensiva, o município histórico de Alcântara foi a primeira cidade brasileira a registrar 100% de cobertura vacinal entre a população adulta.
“Eu, que sou coreira e vim de um quilombo, agradeço muito por essa vacina ter chegado e sermos o primeiro município a ter toda a população vacinada”, disse à época, a coreira de
Tambor de Crioula, Élida Raquel.
Dose Premiada e Arraial da Vacinação
Para estimular a vacinação, a Secretaria de Estado de Governo (Segov) lançou o programa Dose Premiada, que garantiu prêmios de até R$ 10 mil para atrair a população para tomar a segunda dose de algum tipo de imunizante. Quem tomou as duas doses de vacina contra o coronavírus já estava automaticamente participando dos sorteios, sem necessidade de cadastro para concorrer. No total, foram 700 prêmios de R$ 1 mil, 200 de R$ 5 mil e 100 prêmios de R$ 10 mil.
Outra ação de destaque foram as edições do Arraial da Vacinação. Para evitar nova onda de contágios, em 2021 as festas juninas foram suspensas pelo segundo ano consecutivo. Para compensar a ausência da festividade, a Secretaria de Estado da Cultura (Secma), em parceria com a SES, realizou uma série de edições do Arraial da Vacinação, que contemplou mais de 30 cidades maranhenses.
Somente em junho de 2021, foram aplicadas mais de 1 milhão de doses, fator que levou o Maranhão a rapidamente, à época, ultrapassar a marca de 3 milhões de inoculações, fator que estimulou a queda nas taxas de contágio da Covid-19 no estado.