Polícia prende oitavo suspeito de participar da execução do ex-delegado Ruy Ferraz
Vingança do crime organizado
Por Administrador
Publicado em 22/10/2025 05:00
Politica
Duas pessoas estão foragidas e uma terceira morreu

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, disse nesta terça-feira (21) que a força-tarefa que investiga a morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes prendeu o oitavo suspeito de participar do crime, ocorrido em setembro no litoral paulista.

 

Segundo Dian, José Nildo da Silva, de 47 anos, foi preso em Itanhaém, no Litoral Sul, durante a madrugada e será levado para a sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na capital, para prestar depoimento na investigação sobre o assassinato. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.

 

O oitavo suspeito foi preso na rua, após denúncia de fontes da Polícia Civil. Ele teria sido visto na noite do crime em uma das quatro casas usadas pelos criminosos que mataram o ex-delegado.

 

Outras duas pessoas estão foragidas e uma terceira morreu em confronto com a polícia.

 

Outros integrantes presos

A prisão mais recente tinha sido a de Danilo Pereira Pena, de 36 anos, conhecido como Matemático.

 

Segundo as investigações, foi ele quem mandou Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, levar Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, da cidade de São Vicente para São Paulo. Ambos já estão presos temporariamente.

 

Segundo Secretaria da Segurança Pública (SSP), Danilo foi encontrado equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em uma hospedaria no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. A defesa do acusado não foi localizada pela reportagem.

 

 

As autoridades confirmaram a ligação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o crime. Nos mais de 40 anos que passou na Polícia Civil, Ruy teve papel central no combate ao crime organizado e liderou investigações sobre a facção.

 

O ex-delegado se aposentou em 2023, mas as ameaças de morte contra ele continuaram. Um relatório de 2024, a que o Fantástico teve acesso, detalhava planos de atentados contra autoridades.

 

Ruy foi morto no dia 15 de setembro após deixar o expediente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, onde trabalhava desde a aposentadoria como policial. Ele levou ao menos 12 tiros de fuzil. 

 

Além de vingança do crime organizado, outra hipótese para o assassinato seria a atuação dele à frente da secretaria.

 

Ex-delegado era monitorado

O sistema de câmeras de segurança da Prefeitura de Praia Grande identificou que Ruy vinha sendo monitorado pelos criminosos havia mais de um mês. Um dos veículos usados no crime foi flagrado no litoral paulista no dia 18 de agosto.

 

 

Além desse veículo, um carro e uma caminhonete também foram utilizados no crime. A caminhonete foi encontrada incendiada, mas o carro foi localizado e passou por perícia para coleta de impressões digitais.

 

A Polícia Civil identificou que o grupo responsável pelo ataque usou casas alugadas. O primeiro imóvel investigado por ter ligação com os criminosos é uma residência em Praia Grande. O outro fica em Mongaguá (SP) e também passou por perícia.

 

Confira abaixo os seis presos até agora:

Willian Silva Marques: dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime, preso na madrugada de 21 de setembro;

 

Dahesly Oliveira Pires: foi presa em 18 de setembro por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;

 

Luiz Henrique Santos Batista: conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso em 19 de setembro.

 

Rafael Marcell Dias Simões (Jaguar): Ele se entregou à polícia em 20 de setembro, em São Vicente (SP).

 

Felipe Avelino da Silva: conhecido no PCC como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime; preso em Cotia em 6 de outubro.

 

Danilo Pereira Pena: aos 36 anos, é conhecido como Matemático. Ele que teria mandado Luiz Henrique Santos Batista levar Jaguar de São Vicente a São Paulo.

 

Cristiano Alves da Silva, conhecido como Cris Brown, tem 36 anos

 

José Nilton, de 47 anos - acusado de ser um dos atiradores. Foi visto numa das casas que serviu de logística para o assassinato, na noite do crime.

 

Outras duas pessoas foram identificadas e estão foragidas:

Flávio Henrique Ferreira de Souza: também teve o DNA encontrado em um dos carros;

 

Luis Antonio Rodrigues de Miranda: é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime.

 

Umberto Alberto Gomes: era procurado após a corporação encontrar digitais em uma casa que teria sido usada pelos criminosos em Mongaguá. Ele morreu em confronto com equipes da Polícia Civil do Paraná em 30 de setembro

 

Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, Rafael Simões, o Jaguar, foi um dos atiradores. Os advogados Abraão Martins e Adonirã Correia, no entanto, negaram a participação dele. Um vídeo de monitoramento flagrou Jaguar buscando a filha em uma escola de Santos no dia do crime.

 

Outro atirador, ainda de acordo com Derrite, seria Umberto Gomes - morto em confronto policial.

 

Nas imagens do crime, ao menos quatro suspeitos estavam no carro que perseguiu Ruy Ferraz, mas as autoridades não informaram se foram identificados.

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