A Ferrovia Transnordestina entra em uma nova fase neste mês de outubro com o início da operação experimental, etapa que marca o avanço de um dos maiores projetos de infraestrutura do país. Durante o período de testes, serão transportadas cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário entre os municípios de Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), dando início à operação que deverá, em 2027, conectar 1.061 quilômetros de ferrovia entre Ceará, Pernambuco e Piauí.
Avanço das obras e investimento bilionário
A primeira etapa da Transnordestina já alcançou 76% de avanço físico. Seis lotes estão em execução e outros dois ainda serão contratados. O projeto é financiado pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), órgão ligado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O investimento total é de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são recursos diretos do Governo Federal. Outros R$ 3,6 bilhões vêm do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), conforme termo aditivo assinado em 2024 que prevê desembolsos até 2027.
Integração com portos e outras ferrovias
A conexão da ferrovia com os portos e outros modais logísticos será um dos principais ganhos do projeto. Segundo o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, “a partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, e, inclusive, mais oportunidades para viabilizarmos outras expansões — como é o caso do Porto de Suape, em Pernambuco, e uma interligação com a Ferrovia Norte-Sul”.
Terminais logísticos impulsionarão o transporte de cargas
A Transnordestina contará com seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km de extensão total. Dois já estão em construção — o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu, no Ceará — enquanto os demais ainda terão localização definida.
Esses terminais devem facilitar o escoamento da produção agrícola e mineral, reduzindo custos e ampliando a competitividade do Nordeste no mercado nacional e internacional.
Transformação econômica e social no semiárido
De acordo com Tavares, os impactos da ferrovia vão além da logística. “A Transnordestina passa também por essa região, no coração do semiárido, onde esperamos um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões. Será muita transformação”, destacou.
A expectativa é que o empreendimento gere crescimento econômico, novos empregos e maior integração regional, atuando em sinergia com outras iniciativas do MIDR, como a Transposição do Rio São Francisco e projetos de segurança hídrica e irrigação.
Fonte: Brasil247 (Por Paulo Emiliuo)