Governador Wanderlei é afastado do cargo em nova operação da PF sobre cestas básicas
Segundo a investigação, o prejuízo estimado é de R$ 71 milhões
Por Arimateia Jr
Publicado em 03/09/2025 09:34
Politica
STJ afasta governador Wanderlei Barbosa por seis meses / Foto: Antônio Gonçalves

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (03/09), em Palmas, capital do estado.

Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o chefe do Executivo estadual foi afastado do cargo pelo prazo de seis meses (180 dias). Com isso, o vice-governador Laurez Moreira (PDT) assumirá o comando do Palácio Araguaia.

A operação Fames-19 investiga desvio de dinheiro voltado ao enfrentamento da Covid-19, ainda durante a pandemia, incluindo verbas parlamentares destinadas à aquisição de cestas básicas. Vários deputados estaduais também são alvos da operação.

Duzentos policiais federais cumprem 51 mandados no Tocantins, Distrito Federal, na Paraíba e no Maranhão. O prejuízo estimado pela PF é de R$ 71 milhões.

Wanderlei Barbosa já tinha sido alvo de busca e apreensão na primeira fase da investigação. Ele era vice-governador da gestão anterior e assumiu o governo em março de 2022, após a renúncia de Mauro Carlesse (Agir) em meio a um processo de impeachment. Foi então reeleito nas eleições de outubro do mesmo ano.

ENTENDA

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (3), a segunda fase da Operação Fames-19, com foco em aprofundar as investigações sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos na compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19, no Tocantins.

Mais de 200 policiais federais participam da ação, que cumpre 51 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares em Palmas (TO), Araguaína (TO), Distrito Federal, Paraíba e Maranhão. Entre os alvos estão o Palácio Araguaia e a Assembleia Legislativa do Tocantins.

De acordo com a PF, as apurações tramitam sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e indicam fortes indícios de que, entre 2020 e 2021, agentes públicos e políticos se aproveitaram do estado de emergência em saúde para fraudar contratos firmados pela Secretaria de Trabalho e Ação Social (Setas).

Nesse período, o governo estadual destinou mais de R$ 97 milhões para a compra de cestas básicas e frangos congelados, mas o prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 73 milhões.

A investigação aponta ainda que parte dos valores desviados teria sido lavada por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.

Contexto da Operação

A primeira fase da Operação Fames-19 revelou suspeitas de irregularidades na contratação de empresas responsáveis por fornecer e transportar cestas básicas destinadas a famílias em situação de vulnerabilidade social.

As contratações foram realizadas sem licitação, amparadas por um decreto estadual que autorizava medidas emergenciais para agilizar a assistência à população durante a pandemia.

Fonte: AF Noticias

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