PMs são alvo de operação por atuar em comércio
Policiais foram denunciados pelo MPRJ por organização criminosa
Por Arimateia Jr
Publicado em 01/07/2025 21:55
Politica
Mandados são cumpridos em cinco municípios

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, na manhã desta terça-feira, uma operação contra policiais militares acusados de cobrar mensalidades para prestar segurança armada a comerciantes de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, durante o expediente. Até o momento, sete agentes foram presos e vão responder por organização criminosa.

 

Ao todo, foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, cumpridos em endereços de Belford Roxo, Nova Iguaçu, Maricá, Pavuna e Bento Ribeiro. A operação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (CGPM).

 

Segundo a denúncia, os pagamentos eram feitos por donos de estabelecimentos como restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e um posto do Detran em Belford Roxo. Os comerciantes eram informalmente chamados de ‘padrinhos’.

 

O esquema

O esquema teria funcionado entre 2021 e 2024, quando os policiais estavam lotados no 39º BPM (Belford Roxo). Alguns seguem na unidade, enquanto outros foram transferidos para os batalhões de Niterói (12º BPM), Duque de Caxias (15º BPM), Mesquita (20º BPM), no BPTur e até na Prefeitura de Belford Roxo.

 

As investigações apontam que os PMs criaram uma relação de dependência econômica com os comerciantes.

 

Homicídio e roubo de carga

Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prenderam, na segunda-feira, um homem acusado de homicídio, roubo de carga e associação para o tráfico de drogas. Ele foi localizado no Centro de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

 

De acordo com as investigações, o homem é apontado como integrante do tráfico de drogas no Complexo do Salgueiro, onde exercia funções ligadas ao gerenciamento e comercialização de cargas roubadas, além de outras atividades ilícitas que geravam lucro para o grupo criminoso. Ele também é suspeito de participar da execução a tiros de um homem na comunidade do Porto do Rosa, no mesmo município.

 

Contra o preso havia um mandado de prisão preventiva pelo crime de homicídio. Após trabalho de inteligência, os agentes conseguiram interceptá-lo e ele não resistiu à prisão

 

A ação faz parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como objetivo reprimir roubo, furto e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro de 2024, já são mais de 540 presos, além de veículos e cargas recuperados, avaliados em cerca de R$ 38 milhões. As ações incluem ainda o bloqueio de mais de R$ 70 milhões em bens e valores.

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