Supermercados recorrem até ao Exército para tentar atrair jovens diante de escassez de mão de obra
Hoje, são as empresas que procuram o trabalhador
Por Arimateia Jr
Publicado em 29/05/2025 22:40 • Atualizado 29/05/2025 23:25
Politica
Hoje, são as empresas que procuram o trabalhador”

Supermercados também apostam na diversificação do perfil de trabalhadores para preencher vagas

Fonte: Estadão

O setor supermercadista, historicamente reconhecido como uma das principais portas de entrada para o primeiro emprego no Brasil, continua enfrentando um cenário paradoxal: mesmo com 350 mil vagas abertas, há dificuldades para preenchê-las.

 

A afirmação é do vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, que alerta para a escassez de mão de obra qualificada no setor e cita até uma parceria com o Exército Brasileiro na tentativa de atrair jovens.

 

Milan destaca que há uma mudança profunda na dinâmica do mercado de trabalho. “Os jovens que tinham o supermercado como o primeiro emprego preferem hoje trabalhos informais devido à maior flexibilidade”, disse o executivo em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 29.

 

A taxa de desemprego segue em patamar historicamente baixo, marcando 6,6% no trimestre encerrado em abril — o menor índice para o período desde 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “No passado, o trabalhador procurava emprego. Hoje, são as empresas que procuram o trabalhador”, afirmou.

 

A associação menciona que o setor está buscando estratégias alternativas para recrutar e qualificar novos profissionais. Uma das iniciativas é a parceria com o Exército para contratar jovens que concluíram o serviço militar obrigatório.

 

“É um processo de médio prazo, que envolve a troca de informações, o mapeamento de perfis e a oferta de vagas com possibilidade de desenvolvimento profissional”, afirma a Milan.

 

O setor supermercadista também aposta na diversificação do perfil de trabalhadores, com foco em pessoas acima dos 60 anos com maior disponibilidade de tempo e jovens que buscam modelos de jornada mais flexíveis.

 

“Levamos essa demanda ao ministro do Trabalho e propusemos a criação de um comitê para discutir formatos de contratação com horários adaptáveis às diferentes realidades dos trabalhadores”, disse.

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