O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, brincou que o ministro Flávio Dino era candidato a papa, após o ex-ministro da Justiça citar a bíblia durante uma descontração na sessão de julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contra o chamado "núcleo 2" do plano para um golpe de Estado.
"Vossa Excelência é candidato a papa. Eu percebo uma certa...[tendência]", disse Moraes após Flávio Dino fazer uma referência ao antigo testamento da bíblia. O relator apresentava seu voto para aceitar ou não a denúncia da PGR, quando foi interrompido por Dino, que mencionou a importância de Moraes falar sobre os "juristas" da internet.
Logo em seguida, Dino foi interrompido pela ministra Cármen Lúcia, que também quis falar sobre o tema. Veja o diálogo Dino: "Quanto a essas fake news, Vossa Excelência tem total razão e acho muito mais constrangedor quando se trata de pessoas que se autodenominam juristas".
Cármen: "Ás vezes Vossa Excelência está levando jurista como se fosse o profissional do saber jurídico, e às vezes juristas tem outras conotações, por exemplo, quem pega dinheiro a juros ou empresa, é jurista. É preciso também levar com cuidado, as palavras em português tem vários sentidos".
Dino: "E apenas para não deixar a bíblia de fora, quem empresta dinheiro a juros comete um pecado, segundo o antigo testamento".
Moraes: "Vossa Excelência é candidato a papa. Eu percebo uma certa...[tendência]", disse em tom de brincadeira.
Julgamento
Nesta terça-feira (22), os cinco ministros da Turma julgam se aceitam ou não os argumentos da procuradoria para dar seguimento ao processo. Caso a denúncia seja acatada, seis denunciados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal.
O "núcleo 2", segundo a PGR, é um grupo que articulou ações a fim de “sustentar a permanência ilegítima” do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.