Pela primeira vez em 14 anos, EUA fuzilam um condenado à morte
Politica
Publicado em 08/03/2025

Local de execução / Departamento Prisional da Carolina do Sul

Por Isabel Cardoso 

Três atiradores voluntários, armados com rifles, efetuaram os disparos, e testemunhas relataram a presença de sangue e um buraco causado pelos tiros na altura do coração

Brad Sigmon, de 67 anos, foi executado por um pelotão de fuzilamento na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (7). Essa foi a primeira vez em quase 15 anos que esse método foi utilizado no país e a quarta desde a reinstauração da pena de morte em 1976. Sigmon foi declarado morto às 18h08 (horário local).

 

O que ele fez?

Condenado pelo assassinato brutal dos pais de sua ex-namorada, Sigmon foi amarrado a uma cadeira com um alvo no peito e um capuz cobrindo seu rosto. Três atiradores voluntários, armados com rifles, efetuaram os disparos, e testemunhas relataram a presença de sangue e um buraco causado pelos tiros na altura do coração.

 

Antes da execução, ele acenou para seu advogado e proferiu suas últimas palavras.

 

Justiça

A Suprema Corte estadual negou um pedido de adiamento feito pela defesa, e a solicitação de clemência ao governador também foi recusada. A única escolha restante de Sigmon era o método de execução, e ele optou pelo pelotão de fuzilamento ao considerar a eletrocussão e a injeção letal alternativas ainda mais cruéis.

 

Seus advogados argumentaram que a cadeira elétrica o queimaria vivo e que a injeção letal poderia causar sofrimento intenso.

 

Método

O uso do pelotão de fuzilamento tem sido defendido por alguns especialistas como um método mais "rápido e humano" em comparação com outros. No entanto, críticos apontam que ele remonta a execuções militares e regimes autoritários. Nos Estados Unidos, a última execução desse tipo havia ocorrido em 2010, no estado de Utah.

Imagem de Brad Sigmon, condenado à pena de morte, fornecida pelas auoridades da Carolina do Sul — Foto: Departamento Prisional da Carolina do Sul via AP

Imagem de Brad Sigmon (Departamento Prisional da Carolina do Sul)

Motivo

Sigmon foi condenado à pena de morte após confessar ter matado os pais de sua ex-namorada a golpes de taco de beisebol. Ele também sequestrou a ex-companheira e tentou matá-la a tiros quando ela conseguiu escapar. Segundo seu depoimento, ele pretendia matá-la e tirar a própria vida.

 

Pena capital

A escolha pelo pelotão de fuzilamento reacendeu debates sobre os métodos de execução nos EUA. Atualmente, estados que mantêm a pena capital enfrentam dificuldades para obter os medicamentos usados na injeção letal, levando à adoção de métodos alternativos, como a eletrocussão e o gás nitrogênio.

 

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