A VLI apresentou uma proposta para permanecer operando no trecho Corinto-Aratu da Ferrovia Centro-Atlântica
Da CNN-Brasil
A concessionária avaliava devolver o corredor ferroviário situado em Minas Gerais e Bahia ao poder público por considerar que o volume de cargas transportadas são deficitárias, tornando a operação inviável. A informação foi confirmada pela VLI.
Em nota, a empresa informou que avalia com o governo detalhes técnicos para o trecho poder integrar a malha renovada de forma sustentável. "A aplicação dos valores que compõem essa proposta para modernização dos trechos ainda será validada pelo poder público", diz a VLI em nota.
O secretário de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, disse que a proposta da VLI inclui investimentos no trecho Corinto-Aratu, citando a troca de trilhos e de dormentes. .
Na avaliação do secretário, já será possível concluir a renovação da FCA no início de 2025. "A operação atual [no trecho] é muito ineficiente. A gente vai transformar a ferrovia em uma outra solução logística mais potente. Estamos discutindo em como vamos operacionalizar isso, mas já temos uma proposta da empresa de continuar Minas-Bahia, investindo pesado no trecho", afirmou Leonardo Ribeiro.
A concessão da FCA foi efetivada em 1996 e terminaria em 2026, cumprindo o prazo contratual de 30 anos. Em 2015, a VLI protocolou manifestação de interesse na prorrogação antecipada do contrato junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Em outubro deste ano, a ANTT iniciou as audiências públicas sobre a renovação antecipada da FCA. Durante o processo, empresas e políticos da Bahia e de Minas Gerais alegaram que o volume de cargas transportadas no corredor ferroviário Corinto-Aratu era subestimado e que a saída da VLI da operação traria impactos econômicos negativos para a região.
"Já finalizamos a audiência pública. Estamos discutindo as alternativas e nós teremos no primeiro bimestre do ano que vem o envio da renovação para o Tribunal de Contas da União. Já acredito que assinaremos o contrato no que vem da renovação por mais 30 anos da ferrovia FCA", disse o secretário.
A malha ferroviária da FCA tem 7,2 mil quilômetros de extensão e cruza os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal. A ferrovia está distribuída pelos corredores Centro-Leste, Centro-Sudeste, Minas-Bahia e Minas-Rio. Setores como mineração, agronegócio e indústria utilizam a FCA para escoar suas produções.
Os principais produtos transportados na ferrovia são soja, milho, farelo de soja, açúcar, derivados de petróleo, fertilizantes, produtos siderúrgicos, entre outros.
Caso haja devolução de trechos considerados inviáveis economicamente, a FCA terá cerca de 5,5 mil quilômetros de extensão.