Extração de Quartzo: 61 pessoas resgatados em condições análogas à escravidão
Politica
Publicado em 13/11/2024

 FONTE: MTE

Sessenta e um trabalhador foram resgatados em situação análoga à escravidão durante uma fiscalização controlada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em uma fazenda de criação de gado em Montes Claros e em uma empresa de extração de quartzo em Bocaiuva, no norte de Minas Gerais .

 

A operação, realizada entre os dias 3 e 12 de novembro, contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e se estendeu a novos alvos em seis municípios, incluindo Montes Claros, Buritizeiro, Olhos D'Água, Água Boa, Bocaiuva e Pirapora.

 

No total, 527 trabalhadores foram engajados em atividades de produção de carvão, pecuária, extração mineral e terraplanagem.

 

Condições Degradantes na Fazenda de Gado

De acordo com o MTE, um dos trabalhadores resgatados na fazenda de gado estava sem registro formal e vivia em condições extremamente precárias. Ele era reservado em um alojamento próximo ao curral, sem energia elétrica, com tubulações de esgoto expostas, banheiro sem porta e banho frio.

 

Não havia armários para seus pertences, roupas de cama ou itens básicos de conforto. A situação foi como degradante e econômica às leis trabalhistas, configurando condições análogas à escravidão.

 

Trabalho Precário na Mineração de Quartzo

Na empresa de extração de quartzo em Bocaiuva, as condições de trabalho também foram graves como insalubres e extremamente perigosas. Durante a fiscalização, alguns trabalhadores fugiram, impossibilitando o levantamento completo do número de pessoas submetidas às condições ambientais.

 

As atividades de mineração subterrânea, com poços de profundidade variando entre 20 e 60 metros e extensão horizontal de 10 a 20 metros, foram realizadas sem supervisão técnica e baseada apenas na experiência dos trabalhadores. A abertura dos poços e galerias foi feita de forma improvisada, expondo os trabalhadores a riscos graves, como hipóxia, intoxicação e asfixia devido à ausência de ventilação adequada.

 

O acesso às galerias de depreciação era feito com um sistema improvisado conhecido como “cavalo”, utilizando elevadores ou gaiolas de forma precária.

 

Os alojamentos oferecidos aos trabalhadores eram igualmente degradantes, com estruturas inacabadas, camas improvisadas, ausência de acabamentos em alvenaria, cozinha nos mesmos cômodos dos dormitórios e falta de rede de coleta de esgoto, além de frestas que permitiam a entrada de animais e exposição às temperaturas .

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