Fabio Rodrigues Pozzebom (Sonia Guajajara) /Cesar Greco (Palmeiras)
O técnico do Palmeiras usou a expressão “equipes de índios” ao fazer análise de partida contra o Atlético-GO na quinta-feira (11/7)
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, criticou a declaração do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, que usou a expressão “equipe de índios” ao fazer uma análise da partida contra o Atlético-GO, na quinta-feira (11/7). A titular da pasta classificou a fala como “inadmissível”.
“O técnico do Palmeiras errou, e muito, na sua declaração. Gostaria de convidá-lo a conhecer a história dos povos indígenas do Brasil. E também conhecer a história de colonização de Portugal, seu país de origem, em relação ao Brasil e como estamos trabalhando para rever isso”, disse em uma sequência de publicações no X (antigo Twitter).
A ministra lembrou que o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu recentemente a responsabilidade do país em uma série de crimes cometidos contra indígenas e escravizados na época da colonização do Brasil.
“Essas ações são importantíssimas e passam também pelo combate a estereótipos em relação a esses povos, que levam a falas inadmissíveis como essa de Abel Ferreira”, completou.
A expressão, considerada xenófoba, foi utilizada pelo técnico em análise sobre a organização do time do Palmeiras em campo. Na fala do treinador, os indígenas foram citados como referência de desorganização. Após a repercussão, ele pediu desculpas em uma publicação nas redes sociais.
“Porque isso não é uma equipe de índios. Há uma organização e dentro dessa organização há liberdade para eles criarem, para se ligarem e há princípios de jogo que nós temos, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos, esse motorzinho, que não só tem como tarefa ser a primeira cobertura, como também ligar jogo e pôr a equipe a jogar”, disse Abel na coletiva de imprensa.