Do Val teria incitado militantes de direita ao enviar o telefone do ministro Flávio Dino em um grupo de WhatsApp
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) está sendo alvo de investigação da Polícia Federal (PF) como suspeito de ser responsável por ataques ao ministro Flávio Dino. Segundo publicação do UOL, Do Val teria incitado militantes de direita ao enviar o telefone do ministro em um grupo de WhatsApp.
Ao UOL, o senador nega ter estimulado os integrantes do grupo a atacar Dino. Segundo ele, se trata de um grupo de jovens "interessados por política". Ele também nega ter compartilhado o telefone de Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Em maio, Fávio Dino recebeu uma série de mensagens ofensivas após seu número ser enviado no grupo por Do Val, segundo investigadores. Os titulares das linhas foram chamados a depor pela Polícia Federal, que tentava, desde então, estabelecer a origem do vazamento.
Segundo publicação da colunista do UOL, Natália Portinari, o nome de Do Val tinha sido citado, mas a PF trabalhava com a hipótese de alguém ter se passado pelo senador no grupo, que se chamava "Grupo da Direita". Nesta quarta-feira (13), durante a sabatina de Dino no Senado, indicado a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o próprio senador forneceu provas sobre o caso. Em sua lista de transmissão, ele disse que um menor de idade participante desse grupo teria sido convocado para depor na Polícia Federal como suspeito no caso, e enviou uma cópia da intimação enviada a ele.
"Estão duvidando que um menor de idade foi intimado para depor na Polícia Federal por ter criticado o Flávio Dino. Então segue a intimação da PF", escreveu.
O suspeito, porém, tem 21 anos, segundo fontes da PF. Com base nesse novo episódio, investigadores devem pedir que o caso seja remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que o senador tem foro privilegiado. A PF deve pedir também sua inclusão no inquérito das fake news por ter afirmado, erroneamente, que o delegado convocou um menor de idade para depor.
Do Val, que também é alvo de investigação do STF por ter trabalhado para atrapalhar as investigações sobre o 8 de Janeiro, diz não se lembrar de quando entrou no grupo e do que ocorreu no dia em que as mensagens foram enviadas a Dino. "Ali é um grupo de adolescentes, fico dando incentivo para eles poderem entrar na política. É tudo criança", disse.
Com informações do UOL