Siqueira Campos: "Essa história não acaba aqui" , afirma o filho
Politica
Publicado em 06/07/2023

Discurso do filho Eduardo Siqueira Campos encerrou dia de homenagens no velório do ex-governador, enterrado ao lado do neto Gabriel, falecido em 2011

 

Em meio a multidão para o adeus a Siqueira Campos, o discurso do filho, o ex-deputado Eduardo Siqueira, encaminhou as últimas homenagens ao político. Ele pediu perdão em nome do pai e agradeceu aos que ajudaram na construção e história do Tocantins. “Essa história não acaba aqui”, discursou ao encerrar o velório no Palácio Araguaia, ontem. O sepultamento se encerrou às 18h30, no cemitério Jardim das Acácias.

 

“Siqueira talvez tenha sido o homem mais duro dessa geração que se encerra hoje. No ato duro das decisões difíceis, quantos magoados?” Citou uma frase que o pai jamais esquecia. “Os que em mim votaram, me ajudaram a poder fazer a obra. E os que me combateram e ajudaram a ser alguém melhor, eu deixo os dois no mesmo patamar”, discursou.

 

Também agradeceu às pessoas que ajudaram na construção junto com Siqueira. “Pessoas que fazem parte dessa história, tenham minha gratidão”.

 

“O cuidado com a criação dos parques Jalapão e Cantão demonstrou a sua visão de ver as regiões administrativas equilibradas, mas que a capital não fosse um bolsão de pobreza em suas periferias. Esta é uma luta que nós estamos todas para ela convocada”, disse ao pedir que a missão seja levada adiante.

 

Mais cedo ele contou que nos últimos 40 dias, Siqueira o chamou e disse que o tempo dele partir desta vida havia chegado. “Eu falei pra ele, não senhor, até porque o senhor me disse meu pai que só cabia a Deus. Meu pai disse então, pois é por isso que eu tô dizendo, o meu tempo chegou”.

 

Eduardo relembra a conversa com o pai sobre sua morte, na qual ele orientava o filho sobre a vida. “Ele me disse para que eu olhasse para uma fotografia, e se fosse preciso, fosse ao Palácio e olhasse cada azulejo do Palácio Araguaia que lá tem uma simbologia e disse para eu não ter expectativas na vida, porque ela é mãe da frustração. E o pai da gratidão é o gesto”.

 

Em fala direcionada ao governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), comentou a semelhança no meio político. “Se tem algo que fez meu pai alegre foi manter a simplicidade no meio do povo. Com ele era assim: Siqueira chegava, era gente em volta. Semelhante ao que o senhor faz”.

 

O ex-deputado também fez um pedido geral. “Que o dinheiro fique longe da luta pela governança pelo exercício da cidadania”.

 

Enterrado ao lado do neto

O corpo do ex-governador Siqueira Campos, de 94 anos, seguiu para o cemitério Jardim das Acácias em um caminhão do Corpo de Bombeiros, da mesma forma que foi levado da funerária para o Palácio Araguaia.

 

O velório durou todo o dia e foi marcado pelo reencontro de antigos aliados, gestores e da população que lotou o lugar para sua última despedida.

 

O cortejo saiu logo depois da missa de corpo presente celebrada pelo arcebispo de Palmas, dom Pedro Brito Guimarães.

 

Centenas de carros acompanhou o caminhão que levava o ex-governador.

O trajeto até a zona rural, onde fica o cemitério, partiu da saída leste do Palácio Araguaia, passou pela avenida JK até a rodovia TO-050, onde fez o contorno na saída para Aparecida do Rio Negro e seguiu até o cemitério, onde o cortejo chegou por volta das 18h10.

 

No local destinado ao sepultamento, ao lado do túmulo do neto, Gabriel Marques Siqueira Campos, falecido em 2011 aos 12 anos em um acidente aéreo, cemitério, diversos aliados, amigos e parentes prestaram o último gesto de despedida do político.

 

A sepultura do ex-governador foi lacrado por volta das 18h30, quando os presentes o aplaudiram pela última vez.

 

Fonte: Jornal do Tocantins

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