Reunião aproximou setor de compras da rede de supermercados e empresários do setor industrial do Maranhão
– Apenas 16% do arroz que se consome no Maranhão, vendido na rede de supermercados Mateus, é comprado de produtores locais. Os outros 84% vêm de outros estados do Brasil e até mesmo do Paraguai. Foi o que relatou o gerente de compras da 4ª maior marca de supermercados do país, Deybe Lopes, afirmando que há espaço de sobra para as indústrias maranhenses apresentarem seus produtos como primeira opção de compra pela rede.
“Parece até mentira, mas o Grupo Mateus tem dificuldade de encontrar aqui, cheiro verde, arroz e até farinha. As oportunidades para os produtos maranhenses são ilimitadas”, anunciou o gerente da Rede Mateus, que se colocou aberto a negociar e encontrar produtores em grande escala no Estado para fornecer produtos para a rede de supermercados.
Em reunião com o empresariado, na Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Deybe explicou de onde vem o arroz que se consome nas prateleiras do Grupo Mateus. “De janeiro a julho de 2022, compramos 128 mil toneladas de arroz e nosso maior fornecedor foi o Rio Grande do Sul e não o Maranhão (que responde só por 16% do que o Mateus compra de arroz). Compramos de Santa Catarina, do Ceará, do Tocantins. Estamos trazendo arroz do Paraguai”, disse Deybe.
Para aproximar os produtores das pequenas e médias indústrias de arroz do grupo, que é líder do comércio no Estado, a FIEMA, em uma ação do Conselho Temático de Micro e Pequenas Empresas da entidade juntamente com o Sindicato das Indústrias de Arroz do Maranhão (Sindiarroz) promoveu uma reunião no último dia, 12, com o setor de compras do Mateus. O objetivo é estreitar a relação comercial entre a indústria maranhense e o Mateus, a fim de abrir mercado para o setor produtivo do Estado.
“É uma grande oportunidade para as indústrias locais. Trouxemos o gerente de compras do Grupo Mateus para saber como podemos aproximar a nossa indústria, nosso fornecedor local, dessa grande empresa, que é também maranhense. Ele foi muito receptivo, colocou todas as facilidades para inserir o produto produzido aqui, nos supermercados da rede, e agora, nós vamos nos organizar para que isso aconteça o mais rapidamente possível", afirmou Celso Gonçalo, presidente do Conselho Temático de Micro e Pequenas Empresas e vice-presidente executivo da FIEMA.
Representante da Camil, indústria de produção de arroz com sede no Maranhão, o gerente regional, Vítor Mateus, destacou a interlocução com o setor de compras do Mateus para evidenciar o que é produzido no Estado. “Foi visto que podemos nos aproximar mais de uma rede de supermercado como o Mateus, que hoje está entre a terceira e a quarta maior do país, proporcionando uma oportunidade para a indústria local, não só para a Camil, mas para as outras indústrias de menor porte. E isso vai viabilizar uma melhor comunicação dos nossos produtos com o setor varejista.”
“Foi uma reunião muito positiva, onde o Sindiarroz expôs os seus produtos para uma futura comercialização, e o Mateus, que é uma empresa maranhense, está dando essa oportunidade para que as grandes e pequenas empresas façam a comercialização dos seus produtos. Certamente, daqui, vão sair grandes negócios para toda a cadeia produtiva do arroz - produtores, indústria e comércio - fechando o elo da cadeia, até chegar ao nosso consumidor final", enfatizou o presidente do Sindiarroz, Jeremias Gaspar.
CACHAÇA – Na oportunidade, foi apresentado o projeto de valorização das cachaças e tiquira do Maranhão, o Cartima, pela executiva Oísina Aragão.
Iniciado em 2018, o projeto Cachaça Artesanal e Tiquira do Maranhão (Cartima) é formado por entidades de classe, instituições governamentais e não governamentais, instituições de ensino e pesquisas e empresários que, juntos, trabalham para o aperfeiçoamento dos métodos de produção das bebidas maranhenses, para a formação de mão de obra especializada, fomentando pesquisas e regulamentos para o setor, a fim de gerar oportunidades de desenvolvimento do mercado de cachaças e tiquira.
Em 2022, os parceiros do Cartima encabeçaram a realização da 1ª edição do Festival Maranhense da Cachaça, uma vitrine do atual estágio em que se encontra a indústria maranhense de bebidas. A intenção é que o evento se transforme no maior festival de cachaça do Norte e Nordeste do país. Oísina ainda destacou que, atualmente, o Maranhão contabiliza marcas de 14 cachaças, duas tiquiras e um gin já registradas no mercado e em comercialização.
O gerente de Compras do Grupo Mateus elogiou a produção de bebidas e se colocou à disposição da indústria para destravar o mercado para os produtos maranhenses. “Momento importante para ouvir a classe produtora do Nosso Estado. De fato, temos produtos e serviços de excelente qualidade que podem e devem ser disponibilizados no mercado para os consumidores/usuários. Nós, do Grupo Mateus, estamos sempre dispostos a ouvir, entender para atender e contribuir no que for preciso, analisando e avaliando o modelo de negócio ideal, gerando oportunidades para comercialização dos produtos produzidos no Estado através dos vários canais que o Grupo Mateus atua, levando estes produtos e serviços aos consumidores do Maranhão e de mais sete estados do Norte e Nordeste, valorizando e apoiando a regionalidade e a cultura local”, reiterou Deybe Lopes.