Fonte: UEMA
A pesquisadora sênior do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde (PPGBAS), da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Thaís Guedes, juntamente com os pesquisadores Henrique Costa (Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF) e Renato Bérnils (Universidade federal do Espírito Santo - UFES), publicaram a Lista Brasileira de Répteis de 2021. O estudo revela que a fauna de répteis do Brasil é a terceira mais rica em espécies no mundo.
O estudo, divulgado na revista Herpetologia Brasileira, é uma compilação de dados originários da literatura científica que permitiu contabilizar todas as espécies (e subespécies) de lagartos, serpentes, anfisbenas, crocodilianos e quelônios com registro conhecido dentro dos limites do território nacional, bem como os padrões e tendências no avanço sobre o conhecimento desse grupo de vertebrados no país.
Os resultados da pesquisa apontam que o Brasil possui 848 espécies de répteis com registros confirmados, sendo: 292 lagartos, 430 serpentes, 82 anfisbenas, 38 quelônios e 6 crocodilianos. Os números são expressivos e apontam que a fauna de répteis do Brasil ocupa a terceira posição quanto à riqueza de espécies no mundo, atrás apenas da Austrália e do México.
Segundo os pesquisadores, quase metade das espécies listadas (399 espécies, 47%) é exclusiva do Brasil, não tendo registro em nenhum outro país do mundo. Além disso, as espécies não estão distribuídas de forma homogênea no território nacional.
O estudo mostra quais as regiões e estados abrigam mais espécies e quais possuem maior número de espécies exclusivas. Também mensurou os avanços na descoberta de novas espécies (foram 50 espécies novas somente nos últimos três anos) e em qual região do Brasil espécies novas de répteis estão sendo descobertas.
Maranhão
O Maranhão se destaca no cenário nacional, ocupando a 8ª posição quanto a riqueza de répteis no país com 189 espécies. São 110 espécies de serpentes, 48 de lagartos, 10 de anfisbenas, 18 de tartarugas e 3 de jacarés. Além disso, apresenta duas espécies exclusivas do seu território: Amphisbaena ibijara e Amphisbaena maranhensis (ambas anfisbenas). Em 2021, teve uma espécie descrita com base em exemplar coletado dentro do seu território (Atractus akerios, de Junco do Maranhão).
Pela primeira vez o formato inclui gráficos e mapas intuitivos, além de informações detalhadas sobre todas as espécies incluídas na lista. Para Thaís Guedes, o estudo servirá de base sólida para aplicação em conservação e também na elaboração de agendas de pesquisa na área de herpetologia.